Nos últimos dias de dezembro, o empresário Sergio da Silva Oliveira, passageiro de um navio da MSC (Mediterranean Shipping Cruises) – que partiu da Itália com destino ao Brasil – gravou de sua cabine o descarte de vários sacos de lixo em águas territoriais brasileiras. Em entrevista concedida ao SBT, o empresário afirma que o lixo começou a ser atirado ao mar tão logo o navio da MSC se aproximou da costa brasileira, particularmente do litoral de Fernando de Noronha. Vejam abaixo o vídeo com a reportagem do SBT:
Tão grave quanto o flagrante crime ambiental, documentado pelo passageiro, é a forma com que a empresa MSC trata o assunto. Hoje, entrei em contato com a MSC solicitando informações sobre o ocorrido. Enviei, através do site da companhia, a seguinte mensagem: (clique na imagem para ampliar o texto)
Para a minha surpresa, após algumas horas, recebo em minha caixa postal a seguinte troca de correspondência entre a Relações Públicas da MSC e a empresa responsável por sua assessoria de imprensa, o Grupo Máquina Public Relations: (clique na imagem para ampliar o texto)
Como o leitor poderá constatar, a poluição dos oceanos é tratada apenas como uma mera “falta de assunto da imprensa” entre a MSC e sua Assessoria de Imprensa. E não é a primeira vez que a empresa é acusada de degradar o mar brasileiro. Em 2000, outro navio da companhia, o Rhapsody, causou revolta e indignação em seus passageiros ao despejar o lixo do navio no litoral nordestino.
A Organização Marítima Internacional (OMI) possui uma Convenção Internacional para a Prevenção da Poluição por Navios, a MARPOL. Nessa Convenção, da qual o Brasil é signatário, é determinado:
… Sujeito ao disposto nas Regras 4, 5 e 6 deste Anexo:
(a) é proibido o lançamento no mar de todos os tipos de plásticos, inclusive, mas não restringindo-se a estes, cabos sintéticos, redes de pesca sintéticas, sacos plásticos para lixo e cinzas de incineradores provenientes de produtos plásticos que possam conter resíduos tóxicos ou de metais pesados;
O passageiro que gravou as imagens do crime ambiental afirmou que fará uma denúncia ao Ministério Público. Uma atitude louvável e que deveria ser seguida por todos aqueles que são testemunhas do descaso com a biodiversidade brasileira.
A MSC parece ser apenas mais um triste caso de empresas que praticam o descompasso entre o discurso e prática. Que vendem ilusões, mas que deixam um rastro de destruição por onde passam… ou navegam.
AVISO AOS NAVEGANTES:
POR TRÁS DISSO…
PODE ESTAR ISSO!
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