Crédito imagem: Campanha Patagônia sem Barragens
Em uma decisão que reflete uma consciência com o meio ambiente que geralmente não é encontrada em outros países, o governo chileno decidiu nesta terça-feira (10) dizer não à construção da usina hidroelétrica de HidroAysen na região da Patagônia por temer impactos no ecossistema.
O projeto, que seria conduzido pela empresa espanhola Endesa e pela chilena Colbún, inundaria uma área estimada de 56 quilômetros quadrados para gerar 2,7 GW de energia, ao custo de US$ 8 bilhões em investimento.
A região que ficaria embaixo da água abriga florestas intocadas às margens dos rios Baker e Pascua, além de ser habitat de diversas espécies de animais e plantas que são apenas encontradas na Patagônia. A usina ainda precisaria que novos dois mil quilômetros de linhas de transmissão fossem construídos através de diversas áreas de proteção ambiental do Chile.
A decisão de negar a permissão ao projeto partiu de um comitê formado pelos ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Energia, Economia, Saúde e de Mineração. Todos os representantes do comitê foram contrários à construção da hidroelétrica.
“Chegamos à conclusão de que a comunidade está certa em protestar contra o projeto, assim consideramos que é melhor para o Chile não seguir com a obra”, disse Pablo Badenier, ministro do Meio Ambiente, fazendo referência às 35 ações judiciais que entidades ambientalistas e conselhos comunitários promoveram contra a usina.
“É um dia histórico. É uma alegria ver que o povo conseguiu sensibilizar os governantes”, disse Juan Pablo Orrego, coordenador da campanha Patagônia sem Barragens, à agência IPS.
A Endesa e a Colbún têm agora um mês para contestar a decisão.
O Chile tem se destacado recentemente pelos seus projetos de energia alternativa, em especial os solares. No começo deste mês, o país inaugurou a usina fotovoltaica Amanhecer, a maior da América Latina.
Fonte: http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias3/noticia=737357
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