sexta-feira, 30 de maio de 2014

Veja foto raras de Migaloo, a única baleia-jubarte albina conhecida.

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Migaloo é uma baleia rara descoberta pela primeira vez em 1991 ao longo da costa de Queensland, na Austrália.
Seu nome vem de uma palavra aborígene e significa algo como “sujeito branco”. Ela é rara porque é a única baleia-jubarte albina de que temos conhecimento. Migaloo, que é um macho, é inclusive protegido sob a lei australiana.

Pela raridade do espécime, desde que foi avistado em 1991, poucas imagens apareceram dele. Recentemente, Migaloo foi fotografado, mas a qualidade da imagem não ficou muito boa.
No entanto, essa baleia fez tanto sucesso que muitos se dispuseram a avistá-la no seu caminho migratório da Austrália a Antártica, e vice-versa. Com tanta gente de olho nela, apareceram muito mais fotografias do incrível animal, com melhor qualidade.
Agora temos também o primeiro vídeo de Migaloo, gravado por algumas pessoas sortudas que conseguiram dar uma espiada na baleia conforme ela se aproximou do barco em que estavam. Confira: 
https://www.youtube.com/watch?v=PswQUvMCgcM
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Fonte: http://hypescience.com/veja-foto-raras-de-migaloo-a-unica-baleia-jubarte-albina-conhecida/

quinta-feira, 29 de maio de 2014

USP destrói raro Cerrado em São Paulo que havia sido prometido “Museu Vivo” em 2011

Surreal: Trecho onde existia um raro Campo Cerrado nativo da Cidade de São Paulo foi tratorado e recebeu o plantio de mudas de árvores de outro Bioma.
Surreal: Trecho onde existia um raro Campo Cerrado nativo da Cidade de São Paulo foi tratorado, arrasado e recebeu um galpão e o plantio de mudas de árvores de outro Bioma por cima.
Em 2011 iniciou-se na Cidade Universitária da Universidade de São Paulo um polêmico conjunto de obras para o “Parque dos Museus” e o novo Centro de Convenções da Universidade. O local escolhido foi uma extensa mancha de vegetação abrigada próxima a Faculdade de Veterinária, o que provocou diversos protestos.
No local existia facilmente à vista dos passantes muitas árvores exóticas (de origem estrangeira) e muitas também invasoras, e isso foi usado como justificativa como atenuante para os cortes, como pode ser conferido nas matérias abaixo:
Esclarecimento sobre o corte de árvores no campus de SP
Corte de árvores no novo Centro de Convenções e Parque dos Museus – USP
O que não se sabia ou não se levou em consideração foi a existência de uma área nos fundos do terreno, e mais escondida da visão do público, que abrigava uma vegetação ancestral e praticamente extinta na cidade de São Paulo: os Campos-Cerrados. Essa formação nativa, de grande biodiversidade, já existiu em profusão na metrópole, a ponto de nomear bairros como “Campo Belo” e “Perdizes”, e principalmente a cidade nos seus primórdios, de “São Paulo dos Campos de Piratininga” em alusão a essa vegetação.
Embora estudada por importantes botânicos da USP como o professor da Politécnica Dr. Alfred Usteri em 1911 (personalidade que nomeou a 1° Reserva Municipal de Campos Cerrados de São Paulo no Jaguaré em 2010), pelo professor da Botânica da USP, Dr. Aylthon Brandão Joly no Butantã em 1950 (que nomeia um edifício na Botânica do ICB – USP) e pelo fundador do Jardim Botânico de São Paulo, Frederico Hoehne em 1925 no Ipiranga, foi desaparecendo do território da cidade e da vista de seus habitantes.
Recentemente, o “Livro Vermelho das Espécies Vegetais Ameaçadas do Estado de São Paulo” publicado pelo Instituto de Botânica em 2007 mostrou a importância dessa vegetação no trecho – “Os resultados obtidos evidenciam o destaque da região abrangida pelo município de São Paulo, tanto no que se refere à grande concentração de espécies ameaçadas em todas as categorias, quanto no que se refere à quantidade de espécies já extintas, … a intensa degradação ambiental que o município sofreu desde o período colonial, incluindo a remoção de florestas e a ocupação do solo de forma desordenada, com pouca ou nenhuma preocupação com a conservação dos ecossistemas naturais, especialmente os campos que, ainda hoje são negligenciados apesar de serem ecossistemas com flora particular e biodiversidade considerável.”
Descoberta a existência dessa rara vegetação em profusão nas margens da grande escavação, a Reitoria da Universidade foi alertada. Cientes do fato, e com ampla divulgação nos meios de comunicação como uma página inteira no Jornal O Estado de São Paulo, de domingo, 16 de outubro de 2011, não houve outra saída a não ser paralisar as obras e divulgar que a área seria preservada, com a criação de um “Museu Vivo do Cerrado na capital” nos entornos da obra que conservavam a vegetação.
A Coordenação de Gestão Ambiental da USP na ocasião afirmou ao jornal “ Vamos agora transplantar toda a vegetação de cerrado que ainda está na área das obras para as novas reservas que vamos criar nesse entorno”. A inauguração do “museu vivo” foi prometida para o dia 7 de dezembro de 2011, fato que não se cumpriu.
USP vai criar um “museu vivo” do cerrado na capital – O Estado de S. Paulo:
Jornal do Campus – USP:
A vegetação de cerrado que foi removida das obras para transplante não aguentou e a maioria perdeu-se, mas o entorno da obra continuou com as raríssimas plantas típicas dos antigos “Campos de Piratininga” e agora supostamente asseguradas pela criação do “Museu Vivo”. Nessa área a vegetação típica de Cerrado encontra-se em alguns trechos misturada com uma planta invasora nativa, a samambaia-do-campo, que pode ser facilmente manejada para o retorno dos Campos Cerrados típicos.
Em 2012 o Jornal USP Destaques, um boletim de imprensa da Reitoria da USP,  trouxe uma notícia animadora: declarava através da portaria n° 5.648 de 05 de junho de 2012 assinada pelo Reitor João Grandino Rodas, a preservação de duas áreas no Campus da capital, uma área de 10.000 m² (supostamente os campos cerrados em volta da obra como prometido) e outra, de mesmo tamanho e próxima ao ICB com também campos-cerrados, como “…caráter de preservação permanente e destinadas apenas à conservação , restauração, pesquisa, extensão e ao ensino… denominadas Reservas Ecológicas da USP”.

USP Destaques – “USP declara mais de mil hectares de seus campi como reservas ecológicas”
Entretanto, não foi o que ocorreu nesse terreno. As obras prosseguiram e acabaram destruindo outras parcelas importantes de campos cerrados, incluindo uma (foto abaixo) com um excelente grau de conservação e que não encontrava semelhança a nenhuma outra área natural de campos-cerrados na malha urbana paulistana. Uma paisagem extinta – relíquia da história ambiental paulistana
Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - todos os direitos reservados
Espécies de plantas nativas totalmente ligadas a história da cidade e que sobreviveram a poucas dezenas de exemplares na metrópole, como o arbusto frutífero araçá-do-campo, que nomeou o antigo “Caminho do Araçá” e depois “Cemitério do Araçá” e a língua-de-tucano, uma bela planta que o Padre Anchieta utilizava para fazer alparcatas, e muitas outras, começaram a sofrer diretamente o impacto das obras, e foram arrancadas ou esmagadas.
Para conhecer as plantas dessa vegetação, suas flores e frutos:
Em 2014 recebi de Daniel Caballero, um artista plástico que desde 2011 pesquisa e  retrata a biodiversidade ancestral paulistana em suas obras, uma notícia inesperada para o prometido “museu vivo” da Universidade de São Paulo: que estavam destruindo com tratores os remanescentes dos campos-cerrados nos entornos da obra.
Indo recentemente ao local com Daniel Caballero o cenário foi assustador, ainda mais considerando o local do ocorrido. Cerca de 40% da vegetação “relíquia” de campos cerrados que haviam sobrevivido tinham sido totalmente arrasadas – tratoradas literalmente –  e receberam o plantio de mudas de árvores em desenho geométrico (aparente e absurda “compensação ambiental” em cima de uma vegetação raríssima). Outra extensa parte virou o refeitório e chuveiros dos funcionários da obra. Perdeu-se para sempre espécies nativas e material genético únicos na cidade de São Paulo e não se sabe que destino terão os outros 60% da área de campos cerrados que restaram.
Local ainda com os campos cerrados preservados retratados por Daniel Caballero.
Local ainda com os campos cerrados preservados retratados por Daniel Caballero.
Acima, desenho de 2011 do artista Daniel Caballero retratando o aspecto dos campos cerrados da USP (ao fundo o vazio do buraco causado pela obra na época), que já foi exposto no MASP. Abaixo, o mesmo local retratado hoje, 2014, com um enorme barracão e aterro sobre a vegetação em extinção.
O mesmo local hoje, 2014, com o cerrado destruído por um aterro e barracão.
O mesmo local hoje, 2014, com o cerrado destruído por um aterro e barracão.
Cerrado destruído USP 2014

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 2 todos os direitos reservados (2)

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 2 todos os direitos reservados (3)

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 21 todos os direitos reservados.
Na década de 1940, o Professor Aylthon Brandão Joly publicou em seu doutorado na USP um estudo dos “Campos do Butantã” (de onde a vegetação dos atuais entornos da obra são remanescentes) com várias fotos das espécies que considerou na época mais importantes e significativas. Não é coincidência que são as mesmas e atualmente raras espécies hoje totalmente esquecidas e largadas no canteiro de obras. Abaixo um comparativo com as fotos originais do Prof. Joly e as tiradas recentemente:
Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 2 todos os direitos reservados (4)

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 2 todos os direitos reservados (5)

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 2 todos os direitos reservados (6)

Cerrado USP destruído pelas obras do novo centro de convenções - foto de Ricardo Cardim - 21 todos os direitos reservados
É fundamental que a atual gestão da Universidade de São Paulo - considerada a melhor instituição do Hemisfério Sul - tenha a sensibilidade de imediatamente cercar toda a área proposta e cumprir a promessa pública feita em 2011 de transformá-la em um “Museu Vivo” da História, Botânica e Cultura da cidade de São Paulo e também recuperar os trechos arrasados para a “compensação ambiental” e construção do galpão.
Ricardo Cardim
Fonte: http://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2014/05/29/usp-destroi-raro-cerrado-em-sao-paulo-que-havia-sido-prometido-museu-vivo-em-2011/?utm_medium=facebook&utm_source=twitterfeed


Conheça 5 espécies da Mata Atlântica que estão "em perigo"




Vinte e sete de maio é considerado o Dia da Mata Atlântica. No entanto, não existe muito o que se comemorar. O bioma que está presente em 17 estados brasileiros foi terrivelmente desmatado desde que os colonizadores chegaram ao Brasil. Hoje, apenas 8,5% da vegetação original permanece em pé, conforme dados da ONG ambientalista, SOS Mata Atlântica.
Além de perder espécies únicas da flora, esse desmatamento, aliado a outras causas, como a caça predatória, resultam na extinção de muitos animais. A biodiversidade da Mata Atlântica está terrivelmente ameaçada. Para mostrar o que nós vamos perder se não mudarmos esse cenário, o CicloVivo separou uma lista com cinco animais classificados como “em perigo” pelo Instituo Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade. Veja quais são eles:
1. Mico-leão-da-cara-dourada
Cientificamente conhecido como Leontopithecus chrysomelas, este é um pequeno primata que vive em florestas próximas ao litoral. Eles têm as frutas como alimento principal, mas em alguns casos também se alimentam de flores, néctares e pequenos ovos de aves ou vertebrados. Esta espécie é característica de florestas bem conservadas. Isso já justifica sua presença na lista de animais ameaçados.
2. Anambezinho
Este pássaro discreto e de pequeno porte é naturalmente raro. Para dificultar ainda mais a sua incidência, o Iodopleura pipra leucopygia costuma viver apenas em matas primárias ou que estejam em estado avançado de recuperação. A maior curiosidade sobre esta espécie está relacionada aos machos, que exibem um pequeno tufo de penas violetas no flanco sempre que são excitados.
3. Jacutinga
Esta ave é bastante emblemática. Ela costuma viver em regiões de baixa e média altitude e suspeita-se que seja um de seus hábitos migrar de acordo com a frutificação de algumas espécies. Sua importância para a preservação é enorme, já que a Aburria jacutinga normalmente regurgita ou elimina sementes junto com as fezes. O período de reprodução deste animal ocorre apenas entre agosto e novembro, quando a fêmea bota de dois a três ovos.
4. Cara-pintada
O Phylloscartes ceciliae é uma espécie pouco conhecida e muito rara. Uma das razões para ele ser tão único é o fato de estar confinado a áreas restritas, apenas em Alagoas e Pernambuco. Ele possui apenas 12 centímetros e se alimenta basicamente de pequenos insetos.
5. Borboleta-da-Praia
Apesar de ser facilmente criada em cativeiro, a Parides ascanius não é uma borboleta de vida longa. Quando adulta, esta espécie vive entre duas semanas e um mês, com baixo poder de dispersão. Além disso, elas ocorrem apenas em matas de restinga paludosa no Rio de Janeiro e no extremo sul do Espírito Santo. 


Fonte: Redação CicloVivo: http://ciclovivo.com.br/noticia/conheca-cinco-especies-da-mata-atlantica-que-estao-em-perigo

terça-feira, 27 de maio de 2014

Brasil avança na proteção aos animais e reduz risco de extinção

ICMBio

Baleia Jubarte é um grande exemplo de animal beneficiado pelas políticas de proteção à fauna ameaçada
Baleia Jubarte é um grande exemplo de animal beneficiado pelas políticas de proteção à fauna ameaçada
No último Dia Internacional da Biodiversidade (22), o Ministério do Meio Ambiente (MMA) preparou um conjunto de medidas destinadas à proteção da fauna brasileira. A ministra Izabella Teixeira apresenta, em Brasília, o resultado de trabalho realizado pelo governo federal na área ambiental, como o aumento da população da baleia Jubarte, que encontrava-se ameaçada de extinção, e 10 novas medidas de proteção à fauna.
Para avançar na proteção das espécies, sobretudo daquelas que tiveram sua situação agravada e daquelas ainda não contempladas por planos de ação ou ausentes das Unidades de Conservação (UC), o MMA anuncia, neste 22 de maio, as seguintes ações:
1. Menção honrosa para o Instituto Baleia Jubarte e a Petrobras SA pelos serviços prestados à conservação da Baleia Jubarte;
2. Criação do Prêmio Nacional da Biodiversidade, com assinatura de Portaria, para instituições nacionais que promoverem melhoria no estado de conservação das espécies ameaçadas de extinção;
3. Aplicação dos recursos da compensação ambiental em projetos de conservação de espécies em Unidades de Conservação;
4. Força-tarefa de fiscalização (FT) do Ibama, ICMBio e Polícia Federal para o combate a ilícitos ambientais, como a caça de fauna ameaçada (peixe boi da Amazônia, boto cor de rosa, arara azul de lear, onça pintada, tatu bola, tubarões, muriqui e arraias de água doce). Estados e municípios podem aderir à FT;
5. Bolsa Verde para comunidades em situação de vulnerabilidade social econômica ou baixa renda que vivem em regiões relevantes para a conservação de espécies ameaçadas de extinção;
 6.  Proposta de Santuário Internacional do Atlântico Sul para as Baleias, para a Comissão Baleeira Internacional (CBI), com o objetivo de impedir a caça comercial nesta área do oceano, na qual ainda vigora a moratória internacional sobre a captura destes cetáceos;
7. Reintrodução do peixe-boi-marinho, no Parque Nacional de Guadalupe, ilha francesa no Caribe.
 8. Acordos com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA):
  • Instrução Normativa (IN) interministerial proibindo a pesca acidental e comercialização das espécies de tubarão Martelo e Lombo Preto;
  • Instrução Normativa (IN) com medidas de prevenção da captura de albatrozes e tartarugas durante a pesca;
  • Moratória da pesca e comercialização da piracatinga, a partir de 1 de janeiro de 2015, por cinco anos. O objetivo é proteger o boto vermelho e os jacarés que são utilizados como isca para pesca desse peixe.
9. Acordos com o Ministério de Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI):
  • Inserção do tema Espécies Ameaçadas nos programas permanentes de pesquisa em biodiversidade do MCTI, integrantes do Plano Plurianual (PPA), como o Programa de Pesquisa em Biodiversidade (PPBio);
  • Edital específico para bolsas de pesquisa sobre espécies ameaçadas para instituições que atuam na área;
  • Ferramentas de tecnologia de informação para avaliação do risco de extinção, planos de ação e organização de bases de dados sobre espécies ameaçadas.
Fonte:
Portal Brasil com informações do Ministério do Meio Ambiente

Fonte: http://www.brasil.gov.br/meio-ambiente/2014/05/brasil-avanca-na-protecao-aos-animais-e-reduz-risco-de-extincao

No Dia Nacional da Mata Atlântica, 27/5, bioma tem pouco a comemorar



por Redação EcoD
mata atlantica ecod 300x183 No Dia Nacional da Mata Atlântica, bioma tem pouco a comemorar
O que resta agora da Mata Atlântica equivale a 8,5% da cobertura original deste bioma. Foto: deltafrut
O Dia Nacional da Mata Atlântica é lembrado nesta terça-feira, 27 de maio, mas faltam motivos para o bioma celebrar. Em um ano, a área desmatada subiu quase 2.000 hectares e sobrou apenas 8,5% de mata original, segundo levantamento feito pela organização não governamental SOS Mata Atlântica e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Foram 24 mil campos de futebol que desapareceram em um ano. Na comparação entre 2012 e 2013, a derrubada da floresta rica em biodiversidade cresceu 9%. Desde 2008, o acompanhamento anual do desmatamento da floresta atlântica não registrava índices tão elevados.
Com mais essa quantidade grande de árvores ceifadas, o que resta agora da Mata Atlântica equivale a 8,5% da cobertura original deste bioma, que ocupava, antes do descobrimento, uma extensa área no litoral do país, desde a região Sul até o Nordeste.
Neste valor estão inclusos apenas os fragmentos florestais com mais de 100 hectares. Se forem contados os pedaços menores de floresta, o índice sobe para 12,5%.
O bioma presta importantes serviços ambientais como a produção de água em quantidade e qualidade, a manutenção da fertilidade do solo, a regulação do clima, além de proteção de encostas, evitando a erosão.
Em 28 anos, desde que começou o monitoramento detalhado do sumiço da Mata Atlântica, o bioma perdeu uma área igual a 12 vezes o município de São Paulo.
“A situação não pode ser considerada boa, ainda mais depois da entrada em vigor do Código Florestal há dois anos”, afirmou à Folha de S.Paulo Márcia Hirota, diretora-executiva da SOS Mata Atlântica, em alusão a lei que define quanto é permitido desmatar em cada bioma.
Divergências sobre a lei
Enquanto os ambientalistas diziam que a lei estava afrouxando o controle do desmatamento ambiental, o grupo que defendia a lei, representado por deputados ruralistas, dizia o contrário.
Para eles, a lei, mais simplificada e precisa, facilitará o controle do desmate em todos os biomas. Na Amazônia, porém, o desmatamento, que vinha caindo na última década, subiu 28% no último ano analisado, antes mesmo de a lei ser regulamentada.
“Mas é preciso dizer que eles estão fazendo um esforço grande, principalmente por causa da atuação do Ministério Público local. E os índices caíram nos últimos anos”, pondera Hirota. Entre 2012 e 2013, a derrubada da Mata Atlântica mineira caiu 22%, apesar de ainda ser alta.
Efeito “formiguinha”
Apesar de São Paulo e do Rio de Janeiro aparecerem com bons números no ranking estadual de desmatamento, existem ressalvas a serem feitas, segundo Hirota.
Nesses locais, existe o chamado efeito formiguinha. “O desmatamento começa pequeno e, quando aparece para gente, ele já destruiu uma parte importante de floresta”.
O mapeamento do desmatamento, feito por satélite, flagra destruições só acima dos três hectares. “Nesses Estados, como dizem muitos com uma certa razão, quase tudo já foi destruído”, lamenta a representante da ONG.
A Mata Atlântica
A Mata Atlântica possui ampla distribuição, pois abrange boa parte do litoral brasileiro, estendendo-se desde o Rio Grande do Sul até o Piauí, além dos estados de Goiás, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. Por conta dessa distribuição, vivem em seu domínio cerca de 120 milhões de brasileiros, que geram aproximadamente 70% do PIB do país. Além disso, a região presta importantes serviços ambientais como a produção de água em quantidade e qualidade, a manutenção da fertilidade do solo, a regulação do clima, além de proteção de encostas, evitando a erosão.
Na análise por estado, o levantamento divulgado nesta terça-feira mostra que Minas Gerais, mais uma vez, é o que mais tem acabado com a sua vegetação típica da Mata Atlântica.
* Publicado originalmente no site EcoD.
(EcoD) 

Fonte: http://envolverde.com.br/ambiente/conservacao/dia-nacional-da-mata-atlantica-bioma-tem-pouco-comemorar/

sexta-feira, 23 de maio de 2014

Baleias e golfinhos à vista!


Diversidade de espécies e abundância de animais na costa paulista são maiores do que o imaginado
CARLOS FIORAVANTI | Edição 218 - Abril de 2014

© EDUARDO CESAR
Golfinho-pintado-do-atlântico: agora recenseado no litoral paulista
Golfinho-pintado-do-atlântico: agora recenseado no litoral paulista
Em pé, à direita da proa da lancha que oscilava como um pêndulo enquanto deslizava com rapidez, Victor Uber Paschoalini foi quem viu primeiro algo se mexendo ao longe no meio do mar por volta das 11 da manhã do dia 10 de fevereiro deste ano, a menos de 1 quilômetro da Ilha da Queimada Grande, no litoral paulista. Ele achou que eram golfinhos, exatamente o que estavam procurando. Para confirmar, chamou o chefe da expedição, o biólogo Marcos César de Oliveira Santos, professor do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP). Aproximaram-se com a lancha e confirmaram: eram mais de 20 golfinhos-pintados-do-atlântico (Stenella frontalis), com 2 a 2,5 metros de comprimento, que logo começaram a saltar na água límpida ao lado da lancha. Santos pediu para o piloto reduzir a velocidade e, com sua equipe, fotografou os animais – principalmente as nadadeiras dorsais, que funcionam como uma cédula de identidade, por causa das cicatrizes e marcas únicas em cada indivíduo – e gravou seus sons com um hidrofone, colocado na água. Em seguida, com uma flecha atirada de uma balestra, ele coletou uma amostra de pele com 1 milímetro de espessura, para análises genéticas, e 2 centímetros de gordura para análise de contaminantes químicos.
Esse era o início da quinta viagem de uma série de 23 planejadas até 2015 para mapear a diversidade e a distribuição de cetáceos – baleias e golfinhos, também chamados de botos – do litoral paulista. Santos e sua equipe, com base nos animais mortos que encontraram na praia nos últimos anos e nos vivos que estão vendo agora, registraram até agora mais de 300 indivíduos de 29 espécies de cetáceos, o equivalente a 63% das 46 espécies já observadas no litoral brasileiro. Em rios a diversidade de golfinhos é menor: uma nova espécie, batizada de Inia araguaiaensis, a quinta já registrada, foi anunciada em janeiro por pesquisadores do Amazonas, que a encontraram no rio Araguaia e seus afluentes. Embora pouco vistos e pouco estudados, os cetáceos da costa brasileira representam quase metade das 87 espécies já identificadas nos mares do mundo.
© EDUARDO CESAR
Em conjunto: grupos de até 20 golfinhos (aqui, pintados-do-atlântico) se exibem no caminho da Ilha da Queimada Grande
Em conjunto: grupos de até 20 golfinhos (aqui, pintados-do-atlântico) se exibem no caminho da Ilha da Queimada Grande
Os resultados preliminares sugerem também uma diversidade de espécies e de abundância de cetáceos maiores do que o imaginado – desde as toninhas (Pontoporia blanivillei), um dos menores mamíferos de água doce, com até 2 metros de comprimento, encontrada do Espírito Santo à Argentina e vítima constante da captura acidental nas redes para peixes, até as colossais baleias-de-bryde (Balaenoptera brydei), que chegam a 15 metros de comprimento.
Desse trabalho estão também emergindo novas conclusões e hipóteses sobre as baleias e os golfinhos que percorrem o litoral brasileiro. Comparando amostras de DNA, Santos e outros pesquisadores da USP, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), da Colômbia e de Porto Rico verificaram que as populações de golfinhos-pintados-do-atlântico encontrados no Sul e Sudeste do Brasil e no Caribe são distintas entre si e não se misturam. Além disso, um equívoco sobre outra espécie está sendo desfeito. As baleias-de-bryde, uma espécie arisca e ágil, que permanecem pouco tempo na superfície, aparentemente percorrem o litoral paulista ao longo de todo o ano e não apenas no verão e na primavera, como se pensava, porque os mergulhadores as viam apenas na temporada de mergulho.
© EDUARDO CESAR
Amostra de  pele, para análise filogenética
Amostra de
pele, para análise filogenética
Outra abordagem possível – e bastante usada – de mapeamento das populações de cetáceos é a partir de um ponto fixo. É como se faz no arquipélago de Abrolhos, litoral da Bahia, com as baleias-jubarte (Megaptera novaeangliae), uma das espécies de maior distribuição geográfica no mundo e a mais estudada no Brasil, em vista de suas características únicas, como as nadadeiras peitorais, que chegam a um terço do corpo, e por sua distribuição espacial e temporal previsível: 80% das jubartes que visitam a costa brasileira se concentram na região de Abrolhos, principalmente de julho a novembro, para terem e amamentarem os filhotes em águas mornas e rasas. O biólogo Salvatore Siciliano, atualmente na Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Rio de Janeiro, esteve lá em 1989 e 1990 para fazer seu mestrado e, “sentado em uma pedra com prancheta e binóculo”, como ele recordou, avistou 604 grupos de jubarte (metade era de mães com filhotes) em 191 dias de observação. Nessa época havia equipes de pesquisa em mamíferos marinhos estabelecidas apenas em Manaus, no Amazonas, e em Rio Grande, no Rio Grande do Sul. Outros grupos se formaram depois, mas os estudos sobre cetáceos antes de 1980 são muito raros, lembra Siciliano, dificultando análises e comparações, diferentemente de aves ou mamíferos terrestres, estudados há três séculos.
© EDUARDO CESAR
Nariz-de-garrafa, outra espécie encontrada no litoral paulista
Nariz-de-garrafa, outra espécie encontrada no litoral paulista
Daniela Abras, pesquisadora do Instituto Oceanográfico da USP, esteve em Abrolhos em julho de 2013. Com apoio da Marinha, do Instituto Jubarte, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da Cetacean Society International (CSI), assentada sobre um dos pontos mais altos do arquipélago, ela registrou 500 majestosas baleias, bem mais que as 200 registradas em 2004. “Está havendo um aumento populacional de baleias-jubarte, como resultado da proibição da caça, mas ainda está muito abaixo do que era”, diz ela. Hoje se estima a população de baleias-jubarte em 7.900 animais, que podem ser vistos na costa desde a região de Cabo Frio, no Rio de Janeiro, até o Rio Grande do Norte, ainda abaixo das estimadas 25 mil jubartes antes de começarem a ser intensamente caçadas. A partir de 1650, nas principais cidades do litoral, como descrito no livro A baleia no Brasil colonial, da historiadora Myriam Ellis (Edusp/Melhoramentos, 1969), a caça de baleias era uma importante atividade econômica, para extração do chamado azeite de peixe, usado como argamassa para construções e em iluminação pública, e cerdas bucais, vendidas na Europa para a fabricação de espartilhos. Com barcos de 10 a 12 metros de comprimento, as baleias eram capturadas com arpão, depois abatidas por meio de sucessivos golpes de lanças de 2 metros de comprimento, arrastadas à praia e abertas: cada animal fornecia em média 7 mil litros de óleo. Uma lei federal proibindo a caça de baleias entrou em vigor apenas em 1987.
“Esta é a primeira vez que fazemos cruzeiros oceanográficos específicos para mapear cetáceos nos 600 quilômetros do litoral de São Paulo”, afirma Santos. “Por falta de especialistas e limitações financeiras, antes os trabalhos eram feitos apenas com animais mortos”, conta Santos. Ele próprio, durante o mestrado, percorreu de bicicleta ou mobilete as praias de Cananeia e Ilha Comprida, no litoral sul de São Paulo, coletando crânios de cetáceos encontrados mortos – ao todo, Santos reuniu e examinou 124 crânios. Foi também a primeira vez que um repórter fotográfico – Eduardo Cesar, de Pesquisa Fapesp – acompanhou uma das viagens de fevereiro e passou três dias com os pesquisadores em alto-mar.
Duas semanas antes da viagem, Santos, impressionado com a curiosidade de Paschoalini em sala de aula, convidou-o para completar sua equipe nessa expedição, mas não imaginava o tamanho da sorte do rapaz de 19 anos, agora no segundo ano do curso de oceanografia, com um provérbio bretão tatuado no braço direito, “lute e lute novamente até os cordeiros virarem leões”. Os quatro integrantes da equipe revezavam-se na observação, em turnos de uma hora, com meia de descanso, mas foi Paschoalini quem, duas horas mais tarde, avistou o segundo grupo de golfinhos, desta vez de outra espécie, o nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), também com cerca de 20 animais, um pouco maiores e menos abundantes que os pintados, agora em uma água turva e sob sol forte.
Ao seu lado, a oceanógrafa Giovanna Corrêa e Figueiredo notou que os animais, normalmente dóceis – como o amigável Flipper de um antigo seriado da televisão –, naquele dia estavam arredios. Talvez porque, ela cogitou, estivessem com fome e apressados atrás de um cardume ou incomodados com a temperatura da água, que variava de 30 a 33º Celsius, quase cinco graus acima do habitual. Algas e outros organismos proliferam mais facilmente na água mais quente, formando uma mancha escura que dificulta a visibilidade, como a que se estendeu em fevereiro da costa do Rio de Janeiro a Santa Catarina. Nesse dia e nos dois seguintes – percorreram cerca de 650 quilômetros desde São Vicente até a Ilha do Mel, norte do Paraná – permaneceram atentos olhando o mar, da proa à popa, mesmo com o sol refletindo na água no final da tarde, e não viram mais golfinhos ou baleias. “Em alguns momentos o cansaço é tão grande que a gente vê onda e acha que é golfinho”, diz Giovanna.
Ela acompanha Santos desde a primeira expedição, em dezembro de 2012. No primeiro dia eles e outros pesquisadores do grupo percorreram o mar sem ver qualquer cetáceo, mas no segundo maravilharam-se ao avistar um grupo de 16 orcas (Orcinus orca), a espécie mais encorpada de golfinhos (não, não são baleias) – os machos mais taludos chegam a 10 metros de comprimento e 10 toneladas de peso –, atrás de Ilhabela, litoral norte de São Paulo. Não é comum encontrá-las tão perto da costa. “Passamos quase duas horas com as orcas, observando e fotografando”, relatou Santos. “Sabemos muito pouco sobre elas, quantas são, quando vão aparecer.”
Comparando fotografias das nadadeiras dorsais, pôde-se ver que dois indivíduos do grupo de Ilhabela, um mês antes, estavam perto das praias da cidade do Rio de Janeiro, a 400 quilômetros de distância. Alexandre Azevedo, oceanógrafo da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, auxiliou na comparação das fotografias e confirmou que os animais eram os mesmos. Depois de cada viagem, uma das tarefas dos pesquisadores é analisar as fotos das nadadeiras dorsais, por meio de um programa de computador específico, para encontrar as que provêm de indivíduos novos e reforçar o catálogo nosite do laboratório, já com 104 animais de duas espécies de baleias e três de golfinhos, representados por suas nadadeiras únicas.
Há também razões para inquietação: em consequência da construção de portos e do aumento do número de embarcações e da poluição crescente na costa, os cetáceos podem estar se afastando da costa e procurando áreas mais calmas. Giovanna Figueiredo, da equipe de Santos, verificou que os registros de avistagem da baleia-franca-austral (Eubalaena australis), com até 18 metros de comprimento e 60 toneladas, antes comuns nas praias mais próximas da costa do Sudeste, escassearam desde 2002, mesmo que a população estivesse aumentando, com o fim da caça. Em uma das viagens, a equipe da USP avistou uma baleia-franca com um filhote na Ilha da Queimada Grande, a 27 quilômetros da costa. Karina Groch e outros biólogos do Projeto Baleia-franca estão atentos sobre os possíveis efeitos da construção do porto de Imbituba, em Santa Catarina, e do aumento do tráfego de embarcações na região, antes um centro regional de caça à baleia-franca. Em 2005, Karina estimou em 500 o número de baleias-francas que visitam regularmente a costa brasileira, das quais 100 se abrigam no litoral sul, principalmente no período reprodutivo, de julho a novembro.
“Estamos afastando as baleias e os golfinhos, por um conjunto de causas, com efeitos cumulativos”, reitera Siciliano, que publicou vários artigos nos últimos anos indicando a contaminação por metais pesados e outras substâncias tóxicas, que devem favorecer, em golfinhos, as deformações ósseas, que ele próprio registrou, e as doenças de pele, que Santos descreveu em 2009. “É uma pena, porque as populações estão se refazendo e os cetáceos estão buscando as baías que ocupavam antes, mas as encontram transformadas em estacionamento de navios e depósito de esgoto.”
Siciliano foi um dos pesquisadores que participaram da elaboração do plano de ação para conservação da toninha, uma espécie que vive na faixa costeira e apresenta alta mortalidade ao se prender em redes de pescadores (Santos está examinando com pescadores de Cananeia as formas possíveis de reduzir a mortalidade de toninhas). Aprovado e publicado em 2010, o plano de ação previa a criação de dois parques nacionais (em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul) e a ampliação de outro, atualmente apenas com restinga, no litoral norte do estado do Rio, de modo a se limitar um espaço adequado para toninhas, tubarões, raias, tartarugas e outros animais marinhos. Siciliano, ao comentar que os parques ainda não foram criados, lembrou-se da resistência para a proibição da pesca e a transformação em parque nacional de uma área cobiçada para a construção de portos. Em uma das reuniões sobre a criação das unidades de conservação marinhas, ele se lembrou, um dirigente de um órgão público ambiental perguntou aos pesquisadores: “Afinal, para que serve uma toninha?”. Em uma peça do teatrólogo Bertolt Brecht, um cardeal fez uma pergunta parecida enquanto se recusava a ver pelo telescópio de Galileu: “Serão as estrelas realmente necessárias?”.
Projetos
1. Ocorrência, distribuição e movimentos de cetáceos na costa do estado de São Paulo (nº 11/51543-9); Modalidade Auxílio à Pesquisa – Regular/Biota; Pesquisador responsável Marcos César de Oliveira Santos – IO/USP; Investimento R$ 454.775,03 (FAPESP).
2. Capturas acidentais de pequenos cetáceos em atividades pesqueiras no litoral sul paulista: buscando subsídios para formulação de políticas de conservação (nº 10/51323-6); Modalidade Parceria para Inovação Tecnológica (Pite); Pesquisador responsável Marcos César de Oliveira Santos – IO/USP. Investimento R$ 242.490,33 (FAPESP).
Artigos científicos
CABALLERO, S. et alInitial description of the phylogeography, population structure and genetic diversity of Atlantic spotted dolphins from Brazil and the Caribbean, inferred from analyses of mitochondrial and nuclear DNABiochemical Systematics and Ecology. v. 48, p. 263-70. 2013.
SANTOS, M.C.O. et al . Cetacean records along São Paulo state coast, Southeastern BrazilBrazilian Journal of Oceanography. v. 58, n. 2, p. 123-42. 2010.

FOnte: http://revistapesquisa.fapesp.br/2014/04/24/baleias-e-golfinhos-vista/