sexta-feira, 29 de maio de 2015

'Avó' das cobras possuía patas, tornozelos e dedos, diz estudo


A mais antiga serpente pisou a superfície da Terra há 130 milhões de anos, devorando pequenos mamíferos quando os dinossauros ainda governavam o planeta. Sim, "pisou" é o verbo certo: essa mãe de todas as cobras tinha patas de trás, com tornozelos e dedinhos, de acordo com uma nova análise.
A conclusão está em artigo recente na revista científica "BMC Evolutionary Biology". Os autores do trabalho, liderados por Allison Hsiang, paleontóloga da Universidade Yale (EUA), usaram as características anatômicas e genéticas de mais de 70 espécies de cobras e lagartos para fazer o "retrato falado" da primeira serpente.
Editoria de Arte/Folhapress

"Era um predador noturno, furtivo, que vivia em ambientes de floresta no hemisfério Sul", disse Hsiang em comunicado oficial. O mais provável é que esse ancestral não tivesse veneno potente nem fosse capaz de esmagar suas vítimas, como fazem as sucuris e jiboias - essas duas características surgiriam mais tarde na linhagem das serpentes.

Para chegar a essas conclusões, os pesquisadores basicamente computam a frequência de determinadas características em cobras atuais e extintas e usam análises estatísticas sofisticadas para verificar a probabilidade de que determinado traço –a vida diurna ou noturna, por exemplo– também estivesse presente no ancestral comum dos bichos.

Uma das espécies extintas mais importantes para a análise é a Najash rionegrina, de 90 milhões de anos, uma serpente da Patagônia argentina que tem como codescobridor o paleontólogo brasileiro Hussam Zaher, do Museu de Zoologia da USP. Não por acaso, a N. rionegrina tinha um par funcional de patinhas de trás.

DA TERRA À ÁGUA

Para quem está acostumado a pensar nas cobras como bichos essencialmente "entocados", sempre rastejando pelo chão, é importante lembrar que a tese de uma origem terrestre para elas não é tão óbvia quanto parece.
Há uma série de fósseis bastante antigos de serpentes-marinhas, sem falar nas espécies do grupo que ainda hoje habitam recifes de coral e nunca deixam o oceano (com exceção de um gênero, que bota ovos em terra firme, todas as serpentes-marinhas dão à luz seus filhotes diretamente na água).
Além disso, outros tipos de cobras, como as sucuris do Pantanal, estão adaptados a passar boa parte do tempo dentro d'água. Isso levou alguns especialistas a postular que o formato incomum do corpo desses animais poderia ter surgido para facilitar o nado.

A nova análise, no entanto, mostra que tanto as serpentes-marinhas do passado remoto quanto as atuais são ramos do "meio" da árvore genealógica do grupo, e não de sua base, o que indica que elas evoluíram bem depois da origem das cobras.

Resta ainda, portanto, explicar o porquê da perda dos membros no caso de uma origem terrestre. Uma possibilidade é justamente a adaptação à vida fossorial, ou seja, em tocas debaixo do chão –membros reduzidos ajudariam os bichos a se enfiar na terra com mais facilidade. A nova análise, porém, não confirmou totalmente essa hipótese. É igualmente possível que as primeiras serpentes passassem a maior parte do tempo na superfície do solo, e não debaixo dele.

NO QUENTINHO

Um dado surpreendente do estudo de Hsiang é a preferência original das cobras por hábitos noturnos, uma vez que à noite a temperatura cai, uma situação não muito agradável para répteis, que precisam de calor externo para manter seu organismo funcionando.
Em parte, isso se explica pelo hábitat original das serpentes em áreas quentes do globo (como as lagartixas de hoje), e também pelo fato de que as temperaturas do planeta eram significativamente mais altas na Era dos Dinossauros, quando elas surgiram. Conforme o clima da Terra foi ficando menos favorável nas dezenas de milhões de anos seguintes, as serpentes voltaram a se adaptar à vida diurna.

Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2015/05/1635152-avo-das-cobras-possuia-patas-tornozelos-e-dedos-diz-estudo.shtml

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Right whales have distinctive voices


Right whales have distinctive voices
HIROYA MINAKUCHI/MINDEN PICTURES

Like humans, dolphins, and a few other animals, North Atlantic right whales (Eubalaena glacialis) have distinctive voices. The usually docile cetaceans utter about half a dozen different calls, but the way in which each one does so is unique. To find out just how unique, researchers from Syracuse University in New York analyzed the “upcalls” of 13 whales whose vocalizations had been collected from suction cup sensors attached to their backs. An upcall is a contact vocalization that lasts about 1 to 2 seconds and rises in frequency, sounding somewhat like a deep-throated cow’s moo. Researchers think the whales use the calls to announce themselves and to “touch base” with others of their kind, they explained in a poster presented today at the Meeting of the Acoustical Society of America in Pittsburgh, Pennsylvania. After analyzing the duration and harmonic frequency of these upcalls, as well as the rate at which the frequencies changed,the scientists found that they could distinguish the voices of each of the 13 whales. They think their discovery will provide a new tool for tracking and monitoring the critically endangered whales, which number about 450 and range primarily from Florida to Newfoundland.

Fonte: http://news.sciencemag.org/plants-animals/2015/05/right-whales-have-distinctive-voices

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Por primera vez fue registrado satelitalmente en Argentina el viaje migratorio completo de una Ballena Franca Austral

Se trata de "Papillón" un ejemplar macho juvenil marcado en octubre de 2014. Estuvo en el mar durante seis meses y regresó al Golfo Nuevo en las cercanías de Puerto Madryn hace pocos días. El proyecto responde a recomendaciones de la Comisión Ballenera Internacional (CBI). Argentina cumple un rol fundamental, en el desarrollo del Plan de Manejo para la Conservación (CMP) de la Ballena Franca Austral.
 papillón5
Papillón, significa Mariposa en Francés. Una denominación poco usual para una Ballena Franca Austral, un animal del mar. Pero ese fue el sobrenombre elegido por el equipo de científicos que le colocaron un dispositivo satelital hace seis meses en el Golfo Nuevo, Chubut, a fin de que junto con otros ejemplares de estos mamíferos marinos, brindaran importante información sobre las rutas migratorias y zonas de alimentación. Luego de ser marcado, este macho juvenil se fue rápidamente (voló) y los científicos solo pudieron saber de sus movimientos por el dispositivo satelital.
Durante la temporada en que las ballenas francas (Eubalaena australis) visitan las aguas de Península Valdés, en Chubut,  para reproducirse y criar sus ballenatos, se llevó adelante esta primera experiencia para implantar dispositivos que permiten su seguimiento satelital.
Los cinco ejemplares a los que se les colocaron los transmisores muestran una diversidad considerable en sus recorridos. Dos de ellos dejaron de enviar datos cuando estaban en aguas de la Islas Georgias del Sur, un área que se cree es una de las principales zonas de alimentación para esta población. Las otras tres ballenas pasaron tiempo en el borde del talud continental.
Pero el macho joven nombrado “Papillón” registró la trayectoria más larga de todas las ballenas marcadas, y se mantuvo todo el tiempo cerca del borde de la plataforma continental argentina, aproximadamente a 300 millas de Península Valdés, durante los seis meses que estuvo en mar abierto.
En Mayo de este año, el dispositivo satelital indicó que Papillón comenzó su regreso a las aguas del Golfo Nuevo, a las que finalmente arribó la semana pasada.
Esta información es sumamente valiosa dado que permite conocer por primera vez, el recorrido migratorio completo de un ejemplar de esta especie desde una temporada (2014) a la otra (2015).
El proyecto responde a recomendaciones de la Comisión Ballenera Internacional (CBI), en la cual la Argentina cumple un rol fundamental, desarrollando un Plan de Manejo para la Conservación (CMP) de la Ballena Franca Austral. 
La iniciativa es posible gracias al trabajo conjunto de varias organizaciones: Wildlife Conservation Society, el Instituto Aqualie de Brasil, la Fundación Patagonia Natural, la National Oceanic and Atmospheric Agency (NOAA) de EEUU, el Instituto de Conservación de Ballenas, Ocean Alliance, la Universidad de California Davis en EEUU y  la Fundación Vida Silvestre Argentina.
Además cuenta con la asistencia de seguridad en el agua de la Prefectura Naval Argentina y el Gobierno de la Provincia de Chubut aprobó la realización del proyecto y actúa a través de la Dirección de Fauna y Flora Silvestre dependiente del Ministerio de Desarrollo Territorial y Sectores Productivos, el Ministerio de Ambiente y Control del Desarrollo Sustentable y la Secretaría de Turismo y Áreas Protegidas.

Fonte: http://www.patagonianatural.org/noticias/noticias-fpn/item/1901-por-primera-vez-fue-registrado-satelitalmente-en-argentina-el-viaje-migratorio-completo-de-una-ballena-franca-austral

terça-feira, 26 de maio de 2015

Baleias azuis não sabem mesmo como evitar navios de carga, indica estudo

Publicado: Atualizado: 
BLUE WHALE SHIP
As baleias azuis e os navios de carga não se misturam. Na verdade, os cientistas dizem que frequentes colisões entre baleias e navios gigantes podem explicar porque a população de baleias azuis permanece baixa, apesar dos esforços para proteger estaespécie ameaçada de extinção.
Agora, um novo estudo revela por que esses navios representam uma grande ameaça às baleias: as gigantes gentis simplesmente não sabem como sair do caminho.
Inteligentes, mas vulneráveis. Como todos os outros tipos de baleias, as azuis são inteligentes. Elas são o maior animal da Terra e nunca tiveram que defender-se contra "predadores".
"Navios assassinos não fazem parte de sua história evolutiva, então elas não desenvolveram reações comportamentais a esta ameaça", disse o Dr. Jeremy Goldbogen, professor assistente de biologia na Universidade de Stanford e coautor do estudo, em um comunicado. "Elas simplesmente não têm nenhuma reação apropriada para evitar esses navios perigosos."
Como as baleias azuis respondem aos navios que se aproximam delas? No estudo, os pesquisadores usaram ventosas para acoplar dispositivos GPS e registros de mergulho em baleias azuis de Long Beach, na Califórnia, um dos portos mais movimentados do mundo.
Os pesquisadores observaram 20 navios passando por nove baleias, a distâncias que variavam entre 60 metros e mais de três quilômetros e analisaram como as baleias reagiam. Eles descobriram que as baleias tendiam a não se desviar do caminho para evitar o navio, mas elas faziam um mergulho lento.
"Observamos também a reação desse lento mergulho, ou o comportamento de afundamento, durante o processo", disse a Dra. Megan McKenna, bióloga do National Park Service e autora sênior do estudo, ao Huffington Post, em uma entrevista por telefone.
"Em alguns casos, depois de termos colocado as ventosas no animal, ele afundava até o perdermos de vista, possivelmente para sair do caminho... Então, isso seria uma evidência de uma 'reação de alarme' a um obstáculo na superfície."
(A história continua abaixo.)

Os dados do GPS da baleia azul mostram o animal (pontos azuis) subindo para a superfície e depois, lentamente, mergulhando e por pouco não acertando um navio de carga (pontos vermelhos) antes de mergulhar profundamente mais uma vez.
Não foi rápido o suficiente. Uma baleia deve mergulhar cerca de 30 metros abaixo da superfície para escapar de um navio em movimento. As baleias observadas no estudo afundaram a apenas cerca de meio metro por segundo - não era rápido o suficiente para sair da rota de um navio.
Os pesquisadores concluíram que a reação de mergulho lento é provavelmente um fator que deixa não só as baleias azuis, mas também, possivelmente, outras grandes baleias mais vulneráveis a colisões com navios do que com outras criaturas marinhas.
"A evasão limitada dos navios por baleias azuis foi um pouco surpreendente já que, às vezes, esperamos que uma espécie inteligente como as baleias azuis entendesse melhor a ameaça e soubesse como evitá-la", disse John Calambokidis, coautor do estudo, biólogo e um dos fundadores da organização Cascadia Research, com base em Olympia, Washington, ao The Huffington Post, por email. "Estes animais são extremamente adaptados para sobreviver em um ambiente marinho desafiador e rápido, os navios de grande porte não são coisas que eles tiveram que lidar ou estão evoluídos o suficiente para lidar."
Resolvendo o problema. Os pesquisadores planejam continuar acompanhando as baleias durante várias semanas. Além disso, eles planejam estender a pesquisa e incluir as baleias jubarte. A esperança é que os dados que recolheram ajudem a indústria naval a descobrir formas de minimizar o risco de colisões de navios ao mudar o trajeto ou diminuir a velocidade através das águas onde as baleias estão.
"Nós sabemos agora, pelo menos no caso das baleias azuis, que elas não reagem de forma a evitar a colisão", disse McKenna. "Então, agora a conversa deve ser como encontrar soluções para minimizar esse encontro."
O estudo foi publicado online na Endangered Species Research, em 29 de abril de 2015.
Tradução: Simone Palma
Este artigo foi originalmente publicado pelo HuffPost US e traduzido do inglês.

Fonte: http://www.brasilpost.com.br/2015/05/24/story_n_7424076.html

Scientists seek to ban proposal to kill whales for research

Nearly 500 researchers from 30 countries have signed a letter to the International Whaling Commission's scientific committee, calling on it to reject the plan. Photo / File
Nearly 500 researchers from 30 countries have signed a letter to the International Whaling Commission's scientific committee, calling on it to reject the plan. Photo / File
Hundreds of scientists have rallied against a new Japanese proposal to kill whales in the name of research - a plan one New Zealand marine biologist calls whaling in disguise.
Nearly 500 researchers from 30 countries have signed a letter to the International Whaling Commission's scientific committee, calling on it to reject the plan.
The committee, currently meeting in San Diego, is reviewing Japan's proposal to renew large-scale whaling operations in the upcoming summer season in the southern hemisphere.
Last year, the International Court of Justice ordered Japan to close its "scientific" whaling programme in Antarctica, concluding that its JARPA II programme did not comply with the purpose of scientific research under the IWC and was therefore not science.
The court also found the whaling operations violated the moratorium on commercial whaling and the integrity of the Southern Ocean Whale Sanctuary, where the killing of these marine mammals was forbidden independently of their conservation status.
Following the ruling, the IWC  approved a New Zealand proposed resolution to tighten the rules around research whaling, and passed a resolution to uphold the ICJ ruling that scientific whaling in Antarctica was illegal and no further permits should be issued.
But in November, Japan submitted to the IWC its new "Proposed Research Plan for New Scientific Whale Research Program in the Antarctic Ocean" (NEWREP-A), which focusses on minke whales with plans to kill 333 of the species each year over a 12-year period.
University of Auckland marine biologist Dr Rochelle Constantine told the Herald the programme was "exactly the same story as we've always had - it's whaling in the disguise as science".
"The NEWREP-A plan still involves them needing to kill whales to understand them - and the argument from the majority of the science community around whale research is that you don't need to kill whales to answer questions about their role in Antarctic ecosystems."
There had been "extensive efforts" made by scientists to develop effective and non-lethal research methods, she said.
Several high-profile international scientists also condemned the proposal in a statement today.
Dr Mariano Sironi, scientific director of the Instituto de Conservacion de Ballenas of Argentina, one of the organisations leading the protest, said: "Doctors do not kill their patients to study them".
"As a researcher working on the longest study based on the photo identification of whales, I can assure that, in the 21st century, it is not necessary to kill whales to study them," he said.
"If the government of Japan reoriented its efforts on a research program based on non-lethal techniques, it would not only abide by its international obligations but also shine among the most advanced nations in its solid and useful scientific knowledge of whales and their ecosystem needs."
Since the implementation of the moratorium on commercial whaling in 1986 and until 2013, Japan killed more than 13,000 whales under alleged scientific research purposes.

Fonte: http://www.nzherald.co.nz/world/news/article.cfm?c_id=2&objectid=11454375&ref=NZH_Fbpage

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Marajó, a biodiversidade perdida

Por  25/05/20151 ComentáriosLeia Mais →


Rio Canaticu, biodiversidade ameaçada
Rio Canaticu, biodiversidade ameaçada
Leia a primeira da série de reportagens produzidas pelo jornalista Dal Marcondes, em visita à cidade de Curralinho, no arquipélago do Marajó. A situação de perda de biodiversidade é muito preocupante! No entanto nem tudo é desgraça nesse sertão.
Por Dal Marcondes, especial de Curralinho (Marajó) – 
Vinte anos atrás, a região do rio Canaticu, município de Curralinho, no Marajó, era um lugar de “muito peixe e muita caça”, como contam os moradores mais antigos. Hoje a situação “é triste”, não tem peixe no rio, o camarão está quase acabando e não se encontra mais animais nas matas. Foram duas décadas de pesca predatória e caça de tudo o que se mexia nas matas.
“Dias atrás um cara matou 18 tatus, todos os que existiam aqui”, denuncia Raimundo Ferreira, de 77 anos, que fala de um tempo em que tinha de tudo na região, jabuti, jacaré, veados, caça farta. Vicente de Paula Ferreira de Oliveira, morador antigo, conta que o fim dos peixes começou com a “malhadeira”, uma rede de malha fina que os ribeirinho esticam de margem a margem nos rios e igarapés do Marajó. Anos de pesca predatória, capturando peixes que subiam o rio para desovar na piracema, praticamente acabaram com a presença de grandes peixes como o Tucunaré e o Pirarucu no rio Canaticu, um curso d’água pequeno para os padrões amazônicos, mas que despeja no rio Pará o equivalente a quase 50 rios Tietê.
Além da malhadeira os ribeirinhos também usaram o Timbó, um cipó tóxico que afeta os peixes quando moído e lançado nas águas dos rios e lagos. Vicente de Paula lembra-se de um tempo em que os peixes eram fartos e tinha muita caça. “Hoje a mesa do ribeirinho só tem frango, mesmo assim quando dá para comprar, porque aqui na região pouca gente tem chão firme para criação”, explica. No entanto nem tudo é desgraça nesse sertão do arquipélago do Marajó, a renda principal das famílias vem do açaí, que nos poucos meses de colheita, no segundo semestre, chega a render até 30 reais por rasa (um cesto que serve como medida para a venda do produto). Uma família pode chegar a fazer perto de 50 mil reais em uma safra. “Pena que o dinheiro some rápido”, explica Vivian Marília da Silva Oliveira, ativista ligada ao Instituto Peabiru, organização que vem trabalhando pela recuperação dos estoques pesqueiros na região do Canaticu.  Ela explica que a falta de acesso a serviços bancários faz com que não se construa uma poupança na época da safra.
A história da região é moldada pela exploração desmesurada dos recursos naturais. O próprio açaí quase desapareceu quando seu palmito passou a ser cobiçado para substituir o palmito da palmeira Jussara, que teve sua coleta proibida nas regiões de Mata Atlântica. Paulo Ronaldo, secretário de Pesca e Aquicultura de Curralinho conta que anos atrás a exploração do palmito de açaí praticamente acabou com as plantações. “Vieram fábricas para explorar e exportar o palmito de açaí para o sul, sem nenhuma preocupação de replantio”, conta. No fim, foi apenas um curto ciclo e exploração que deixou a região ainda mais pobre. O crescimento dos mercados de Açaí fora do Pará deu um novo fôlego para a região, que conseguiu replantar os açaizeiros e começar uma nova e rentável atividade econômica.
No entanto, essa atividade também tem seus problemas. João Meirelles, diretor do Instituto Peabiru, organização voltada para o desenvolvimento de comunidades locais, são muitos os acidentes na colheita do açaí, inclusive com crianças. “Há muitos casos de quedas de cima das árvores, que causam traumas e até mortes”, explica Meirelles. Para ele ainda mais grave é a utilização de crianças nessa colheita, uma vez que a palmeira do açaí é bastante frágil e muitas vezes não aguenta o peso de um adulto.
Ribeirinho enchendo rasa de açai
Ribeirinho enchendo rasa de açai
Às margens do rio Canaticu vivem 19 comunidades bastante organizadas, que buscam soluções para os dilemas do desenvolvimento da região. Além do trabalho cotidiano nas roças e na pesca, parte do dinheiro que ajuda a manter as famílias vem dos programas sociais, principalmente o Bolsa Família, que garante a presença das crianças em idade escolar nas salas de aulas, e da Bolsa Defeso, que garante renda no período em que a pesca é proibida por conta da reprodução dos camarões e dos peixes. No entanto, como a fiscalização nesses rincões do Brasil é muito difícil, muitas vezes o defeso não é respeitado, tornando-se mais um motivo para a perda da diversidade nos rios da região.
Mobilizar as comunidades e buscar um acordo pactuado entre os próprios moradores foi a solução que se encontrou para reverter o cenário de extinção de espécies na bacia do Canaticu.  Durante quase um ano as equipes do Instituto Peabiru, queconseguiu apoio do Programa Petrobras Ambiental, percorreu todas as comunidades da região, congregações evangélicas e católicas, para estabelecer diálogos que possibilitaram a construção colaborativa de um “Acordo de Pesca”, onde todas as regras foram pactuadas pelos próprios ribeirinhos, garantindo assim o respeito às tradições e ao modo de vida local. “Não pode mais atravessar malhadeira no rio e nem capturar peixes e camarões que estão subindo para a desova”, explica Vicente de Paula. Ele conta que foram dezenas de reuniões e conversas entre os ribeirinhos e os técnicos do Peabiru, dentro de um programa chamado “Viva Pesca”, para construir um conjunto de regras que agora vai valer para todos. “Vamos ter de volta nosso pescado”, acredita Vicente.
A metodologia participativa utilizada na construção dos acordos é estruturante. “Não adianta chegar nessas pessoas e apontar a lei, é preciso que eles entendam o que está acontecendo com o ambiente em volta deles”, explica João Meirelles, do Peabiru. É um processo de diálogo, de identificação das lideranças locais e de respeito com seus valores. “Para eles animais são caça”, diz Meirelles, e não se pode simplesmente proibir, é preciso levar informação e muita conversa. Essa experiência pode ser replicada em muitos rios da região, que estão perdendo rapidamente sua diversidade graças a modelos muito agressivos de pesca e caça. (#Envolverde)
* Dal Marcondes é jornalista, diretor da Envolverde e especialista em meio ambiente e desenvolvimento sustentável.

Fonte: http://www.envolverde.com.br/ambiente/marajo-a-biodiversidade-perdida/

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Nova espécie de perereca é descoberta em Jundiaí (SP)

Da Pesquisa Fapesp

  • Divulgação
As águas transparentes de riachos da serra do Japi, ao lado de Jundiaí, no interior de São Paulo, acabam de revelar uma nova espécie de perereca: a Hylodes japi, que tem um comportamento reprodutivo bastante peculiar.
Quando um macho atrai uma parceira, ele a conduz para a câmara que escavou na areia do fundo do riacho, em meio às pedras, com uma entrada estreita por onde o casal entra (um de cada vez) para fertilizar os ovos e depositá-los.
O biólogo Fábio de Sá descobriu a espécie durante seu mestrado, feito sob a orientação de Célio Haddad, na Universidade Estadual Paulista (Unesp) em Rio Claro (Herpetologica, março de 2015). Tempos antes, o próprio Haddad já tinha encontrado animais dessa espécie, mas os identificado como sendo de outra, semelhante.
A identificação não é a única novidade. "Além de ser bastante raro de ser observado, esse comportamento reprodutivo só era conhecido para peixes, até ser descrito para algumas outras espécies dessa família de anfíbios", conta Sá.
O nome científico da perereca é uma homenagem ao único lugar onde foi achada: uma floresta preservada por um parque estadual. O local está sob a ameaça constante de cidades populosas da vizinhança – o parque está no município de Jundiaí e a cerca de 60 quilômetros do centro de São Paulo. Em tupi, japi significa nascentes, justamente os habitats naturais da nova espécie.

Fonte: http://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/redacao/2015/05/22/nova-especie-de-perereca-e-descoberta-em-jundiai.htm

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Aquários japoneses dizem que vão parar de adquirir golfinhos.


Postado por The brasil leaks quarta-feira, 20 de maio de 2015
Aquários do Japão prometeram nesta quarta-feira a pararem de adquirir golfinhos capturados durante uma caça sangrenta do qual ocorre em Taiji no Japão e, que foi retratada no documentário premiado com o Oscar, "The Cove", causando uma verdadeira indignação global.


A iniciativa da Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários (JAZA), segue uma decisão desde o mês passado, baseado pelo grupo suíço, WAZA (Associação Mundial de Zoológicos e Aquários), de suspender membros da organização japonesa caso esta aquisição continue.

A WAZA caracteriza a caça em Taiji no Japão, sendo, como totalmente cruel, e, decidiu que nenhum dos seus membros, deve adquirir golfinhos de tal maneira.

Nesta caçada cruel, os golfinhos são encurralados em uma enseada e assassinados pelos pescadores á fim de venderem as suas carnes. Os mais bonitos são vendidos a aquários (cativeiros) ao redor do mundo.

Em uma carta enviada a WAZA, o grupo japonês do qual se dispõe de 89 zoológicos e 63 aquários, disse, que vai respeitar a decisão da WAZA.

"É de nosso desejo, da JAZA (Associação Japonesa de Zoológicos e Aquários) permanecermos como membro da WAZA (Associação Mundial de Zoológicos e Aquários)," relatou: 'Kazutoshi Arai' em uma carta dirigida ao Presidente 'Lee Ehmke' da WAZA.

A campanha contra a caça em Taiji no Japão já atraiu diversas estrelas de Hollywood, bem como o grupo ativista e anti-caça as baleias: A Sea Shepherd.

Esta mais recente decisão foi também, muito bem acolhida por grupos dos direitos dos animais.

"Esta importante decisão, marca o começo do fim da caça de golfinhos no Japão", disse 'Sarah Lucas', CEO da 'Australia for Dolphins'

Autoridades e pescadores da pequena vila de pescadores na região central do Japão, Taiji, têm defendido a caça como uma mera tradição, dizendo que comer carne de golfinhos não é diferente de comer carne ou frango.

A verdade é, que, comer golfinhos é uma iguaria. A maioria dos japoneses nunca experimentaram. Muitos japoneses estão horrorizados com a matança de golfinhos, e já se juntaram à campanha contra a caça em Taiji no Japão.

O documentário "The Cove" - "A Enseada", do qual mostra as atrocidades ocorridas com os golfinhos em Taiji no Japão, foi ganhador do Oscar em 2009. O documentário foi dirigido pelo veterano ativista de golfinhos 'Ric O'Barry', e, que também, já treinou golfinhos para a década de 1960  para a série de TV "Flipper", isso, antes de Ric tomar a decisão de dedicar-se a sua vida à fim de proteger os mamíferos e mantê-los vivos na natureza.

Grupos como a 'Australia for Dolphins' argumentam que a carne de golfinho não fornece incentivo monetário suficiente para manter os caçadores, do contrário, já os golfinhos vendidos para aquários marinhos, geram milhares de dólares.

A WAZA ainda não se pronunciou sobre um pedido de comentário.

CTV NEWS 20-05-2015

Redação/Edição/Tradução: The Brasil Leaks

Fonte: http://www.thebrasilleaks.com/2015/05/aquarios-japoneses-dizem-que-vao-parar-de-adquirir-golfinhos.html

Lobo-guará é capturado em farmácia no Centro de Varginha, MG


Animal foi visto no estacionamento do local por moradores nesta terça (19).
Lobo foi levado para a base dos Bombeiros após passar por veterinário.

Do G1 Sul de Minas
Um lobo-guará foi capturado na manhã desta terça-feira (19) no estacionamento de uma farmácia em Varginha (MG). Ele foi visto por moradores no Centro da cidade, por volta das 5h, que acionaram o Corpo de Bombeiros. A equipe usou uma espécie de enforcador para capturar o animal, que foi levado para a base dos Bombeiros.
Com um instrumento conhecido como cambão, os bombeiros conseguiram capturar o lobo por volta das 6h. Pessoas que passavam pelo local se espantaram com a presença do animal. Três soldados participaram da captura.
"A gente levou uma caixa de madeira para colocar o animal, mas quando nos deparamos com um animal de grande porte, levamos uma carrocinha que a gente tem com uma gaiola, e conseguimos capturar ele através de um cambão, utilizamos uma rede também, caso o animal estivesse agressivo, e colocamos nessa caixa apropriada", contou o sargento dos bombeiros, Luiz Pereira Sarto.
Lobo-guará é capturado no Centro de Varginha, em estacionamento de drogaria (Foto: Reprodução EPTV)Lobo-guará é capturado no Centro de Varginha, em estacionamento de drogaria (Foto: Reprodução EPTV)
O animal passou pelo Zoológico de Varginha para ser avaliado por um veterinário. "Esse animal já teve contato com a civilização, com a cidade, [então] a soltura fica comprometida porque você está soltando um animal em um local onde você não sabe a densidade populacional e pode alterar de forma negativa. É um animal que pode levar doenças pra onde a gente vai soltar, então provavelmente o animal fica aqui no zoológico", explica o diretor do local, o veterinário Marcos Mina.
Na sede do Corpo de Bombeiros, o lobo-guará virou atração. A manhã foi de fotos e visitas ao animal. Foi a primeira vez que Caio Carvalho, de 7 anos, viu um lobo tão de pertinho. "Muito bravo [o lobo]", comentou o menino.
Outros animais
Na tarde da segunda-feira (18), o Corpo de Bombeiros também capturou um gambá e um gavião em Varginha. O gambá estava dentro de uma loja de móveis na Avenida Francisco Navarra. Ele foi capturado e solto em seguida. Já o gavião carcará foi encontrado caído em uma rua do bairro Nossa Senhora das Graças. Como ele estava ferido, a ave foi encaminhada para o zoológico da cidade.

Fonte: http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/noticia/2015/05/lobo-guara-e-capturado-em-farmacia-no-centro-de-varginha-mg.html