Paisagem muito semelhante a vegetação original da cidade de São Paulo na sua fundação, no século XVI. que Anchieta encontrou
Araucárias plantadas há mais de um século no Horto Florestal, Zona Norte.
Árvore belíssima e singular, o pinheiro brasileiro ou araucária (Araucaria angustifolia) é um símbolo da Mata Atlântica do Sul do Brasil. Mas o que poucos sabem é que a espécie foi abundante no território hoje ocupado pela metrópole de São Paulo. Os relatos dos primeiros europeus na região relatam isso, como a descrição do Padre Fernão Cardim em 1583:
Piratininga... há muitos pinheiros, as pinhas são maiores... e os pinhões são também maiores... e é tanta abundância que grande parte dos índios do sertão se sustentam com pinhões...”
Até os anos 1940 ainda existiam grupos de araucárias nativas na cidade, como mostram algumas velhas fotografias. Com o crescimento acelerado, elas foram desaparecendo sem deixar vestígios em praças e parques, e extinguiram como grupo genético. As poucas araucárias atualmente presentes na malha urbana são exemplares plantados e provavelmente não descendem das originais.
Mesmo assim, restaram vestígios importantes, como o Bairro de Pinheiros, na Zona Oeste, que deve seu nome a espécie, e era no século XVI a Aldeia de "Nossa Senhora dos Pinheiros".
Ao plantar a araucária na cidade devemos escolher grandes espaços verdes e evitar calçadas e construções próximas, mas em praças e parques ela é fundamental para o nosso meio ambiente, cultura e história. Viva a araucária!
Os saborosos pinhões das araucárias. Petisco que já foi muito apreciado na São Paulo antiga, onde escravas quituteiras os vendiam quentes pela então vila. Os índios também os apreciavam muito, sendo parte importante do cardápio. Na foto, vemos vários com marcas do
Os saborosos pinhões das araucárias. Petisco que já foi muito apreciado na São Paulo antiga, onde escravas quituteiras os vendiam quentes pela então vila. Os índios também gostavam muito, sendo parte importante do cardápio. Na foto, vemos vários com marcas deixadas por um provável roedor.
Ricardo Cardim

Fonte: https://arvoresdesaopaulo.wordpress.com/2015/09/20/dia-da-arvore-homenagem-para-a-extintas-araucarias-nativas-de-sao-paulo/