11/Set/2015 às 11:43
A pesquisadora Renata Sousa-Lima, docente no Departamento de Fisiologia do Centro de Biociências da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), desenvolveu em conjunto com professores em outras universidades do país uma pesquisa inédita acerca do impacto da mineração sobre a ecologia de paisagens acústicas.
A pesquisa revela as consequências que o ruído gerado pelas atividades associadas à mineração no Estado de Minas Gerais causam na comunicação entre os animais. O trabalho é o primeiro realizado sobre esse tema no mundo.
A professora Renata Sousa-Lima é a líder do primeiro Grupo de Pesquisa em Ecologia de Paisagens Acústicas do Brasil no CNPq e participou da idealização do projeto assim como na coleta da dados e na elaboração do artigo que foi publicado pela revista científica Biological Conservation.
“O som produzido por máquinas feitas pelo homem, a tecnofonia, é conhecido por exercer efeitos negativos sobre a comunicação e o bem-estar animal. A mineração é uma importante atividade econômica no Brasil, que é muitas vezes conduzida perto de áreas florestadas e produz um ruído difuso”, disse a pesquisadora.
“Neste estudo, o impacto de tal atividade foi investigado por meio da caracterização e da comparação de duas paisagens sonoras diferentes: uma próxima e outra distante de uma mina a céu aberto no mesmo fragmento de Mata Atlântica no sudeste do Brasil”, completa pesquisadora Renata.
De acordo com a professora, seis gravadores automáticos foram instalados em cada local e foram programados para registrar continuamente durante sete dias consecutivos a cada dois meses, entre outubro de 2012 e agosto de 2013.
O resultado desse trabalho, ainda segundo a professora, foi que o índice que mede a comunicação entre os animais nos dois locais foi muito diferente e revela que a atividades de mineração afeta a fauna e sua capacidade de trocar informações importantes para sua sobrevivência e reprodução (biofonia) em áreas expostas ao ruído (tecnofonia).
A pesquisa resulta de uma parceria entre a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG), a Universidade federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e a Universidade de Urbino (Itália), com financiamento obtido por meio de uma parceria firmada entre a FAPEMIG e a VALE S/A.
Fonte: http://www.sistemas.ufrn.br/portal/PT/noticia/16563245#.VfMovhHBzGd
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