Um grupo de cientistas estudou detalhadamente a ecologia da palmeira conhecida como palmito juçara (Euterpe edulis) em 22 áreas na mata atlântica. Os pesquisadores notaram que em locais onde os tucanos haviam sido extintos há mais de 50 anos pela caça ou desmatamento, as palmeiras juçaras produziam frutos pequenos, enquanto em florestas conservadas, ainda com as aves, as palmeiras possuíam frutos de tamanhos mais variados, pequenos e grandes.
O professor Pedro Brancalion, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, integrou a equipe da pesquisa, liderada por Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. O resultado do trabalho foi publicado na última edição de maio da revista Science.
“Como consequência da redução da cobertura florestal e da caça, perdemos dispersores de sementes de maior porte, sejam eles aves ou mamíferos, por serem mais sensíveis à degradação e também mais caçados pelo homem”, comenta Brancalion. Se os grandes dispersores somem das matas, sobram as aves e animais de menor porte, que não conseguem dispersar plantas com sementes grandes. “Na falta desses animais, as sementes das plantas que dependem de animais dispersores se concentram próximas à planta mãe, prejudicando a regeneração da espécie”.
O palmito juçara é bem conhecido por produzir o palmito, muito consumido na culinária brasileira e por isso hoje ameaçado de extinção. Na Mata Atlântica, o juçara é uma importante fonte alimentar para mais de 50 espécies de aves, como papagaios, sabiás, jacús, arapongas e tucanos. “Muitas aves grandes que consomem frutos são caçadas ou não sobrevivem ao desmatamento e a redução da floresta” relata Mauro Galetti.
Segundo Brancalion, se a mata não tem mais esse tipo de animal perde-se o principal dispersor dos frutos maiores, o que pode comprometer a perpetuação da espécie. “Isso resultou numa mudança genética dessas populações ao longo dos mais de cem anos de fragmentação e defaunação da Mata Atlântica, fazendo com que hoje populações de juçara em matas sem tucanos produzam sementes menores”, observa.
Veja a matéria completa aqui.
Caio Albuquerque – Agência USP.
Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/extincao-de-aves-reduz-tamanho-de-semente-de-palmito
O professor Pedro Brancalion, da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, integrou a equipe da pesquisa, liderada por Mauro Galetti, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), em Rio Claro. O resultado do trabalho foi publicado na última edição de maio da revista Science.
“Como consequência da redução da cobertura florestal e da caça, perdemos dispersores de sementes de maior porte, sejam eles aves ou mamíferos, por serem mais sensíveis à degradação e também mais caçados pelo homem”, comenta Brancalion. Se os grandes dispersores somem das matas, sobram as aves e animais de menor porte, que não conseguem dispersar plantas com sementes grandes. “Na falta desses animais, as sementes das plantas que dependem de animais dispersores se concentram próximas à planta mãe, prejudicando a regeneração da espécie”.
O palmito juçara é bem conhecido por produzir o palmito, muito consumido na culinária brasileira e por isso hoje ameaçado de extinção. Na Mata Atlântica, o juçara é uma importante fonte alimentar para mais de 50 espécies de aves, como papagaios, sabiás, jacús, arapongas e tucanos. “Muitas aves grandes que consomem frutos são caçadas ou não sobrevivem ao desmatamento e a redução da floresta” relata Mauro Galetti.
Segundo Brancalion, se a mata não tem mais esse tipo de animal perde-se o principal dispersor dos frutos maiores, o que pode comprometer a perpetuação da espécie. “Isso resultou numa mudança genética dessas populações ao longo dos mais de cem anos de fragmentação e defaunação da Mata Atlântica, fazendo com que hoje populações de juçara em matas sem tucanos produzam sementes menores”, observa.
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Caio Albuquerque – Agência USP.
Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/extincao-de-aves-reduz-tamanho-de-semente-de-palmito
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