por Fabiano Ávila, do CarbonoBrasil
Foto: Wikimedia Commons
Pela terceira vez desde 2012, os países-membros da Convenção sobre Conservação da Fauna e Flora Marinhas da Antártica (CCAMLR) não conseguiram chegar a um acordo sobre a criação de áreas de proteção marinha no extremo sul do planeta.
Rússia, China e Ucrânia foram contra as duas propostas para o estabelecimento de reservas marinhas na Antártica que estavam sendo avaliadas durante um encontro da CCAMLR, que terminou nesta sexta-feira (1), em Hobart, na Tasmânia.
“A comunidade internacional se reuniu em Hobart para proteger zonas essenciais do Oceano Antártico – um dos últimos ecossistemas inviolados do planeta – e a Rússia optou por colocar obstáculos”, criticou Joshua Reichert, vice-presidente-executivo da organização americana de defesa do meio ambiente Pew Charitable Trusts, em entrevista à AFP.
A primeira proposta em debate, sugerida pelos Estados Unidos e Nova Zelândia, desejava estabelecer uma reserva no Mar de Ross com 1,34 milhão de quilômetros quadrados. Apesar de parecer muito, essa área é menor do que o plano original, que foi alterado com o passar do tempo para tentar convencer os russos a aceitarem a proposta.
Porém, não foi possível chegar a um acordo, com a Rússia e a Ucrânia colocando obstáculos nas negociações.
A segunda proposta, de autoria de Alemanha, Austrália e França, pedia a criação de sete zonas marinhas protegidas, que juntas abrangeriam 1,6 milhão de quilômetros quadrados.
A China se juntou à Rússia contra essa iniciativa, alegando que era necessário mais tempo para analisar todas as consequências do plano.
A região da Antártica é considerada uma nova fronteira para a pesca, além de ser vista como uma importante rota comercial para navios cargueiros.
Todas as decisões sob a CCAMLR precisam ser unânimes. A Convenção foi criada em 1982 e conta com 24 membros, entre eles o Brasil.
Uma nova reunião da convenção só será realizada em outubro de 2014.
* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.
(CarbonoBrasil) 
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