As baleias-minke-antárticas
participam de um frenesi alimentar subaquático, enchendo suas enormes bocas até
100 vezes por hora enquanto engolem quilos e quilos de krill (crustáceo similar
ao camarão), durante o verão, revelou uma nova pesquisa publicada nesta
sexta-feira.
A Divisão Antártica Australiana revelou que esta foi a
primeira vez que se registrou este comportamento alimentar dos animais debaixo
do gelo marinho e o ritmo frenético da atividade foi inesperado.
"Ficamos realmente surpresos", explicou à
AFP o chefe científico da divisão, Nick Gales.
"Foi incrível realmente testemunhar e ver o
incrível número (de botes na comida) e a forma inteligente como conseguiram
usar seu comportamento para explorar o krill debaixo do gelo marinho",
acrescentou.
Como outras baleias, as minke avançam com suas bocas
escancaradas para coletar a comida, capturando um enorme volume d'água que
expelem posteriormente, enquanto mantêm os peixes dentro.
Enquanto a enorme baleia-azul faz apenas duas ou três
destas investidas durante um mergulho para pescar, a minke, bem menor, pode
repetir o procedimento mais de 20 vezes, às vezes com intervalos de 30
segundos.
"É bem difícil viver na Antártica, capturar uma
presa e quando estes caras encontram a sua, trabalham incrivelmente duro",
disse Gales.
Os registros foram possíveis graças a marcadores de
satélite, instalados por cientistas australianos e americanos nos animais na
costa oeste da Península Antártica, em 2013.
Os marcadores mediram a orientação, a profundidade e a
aceleração das baleias, disse Gales, acrescentando que o estudo também revelou
que o comprimento da minke, de cerca de 9 metros, permite a ela ter acesso sob
o gelo a áreas que a baleia-azul, bem maior, não consegue chegar.
"A presa favorita da minke, o krill antártico, se
agrega sob o gelo marinho e atrai as baleias para o local, causando estes
frenesis alimentares", acrescentou Gales em um comunicado.
"Qualquer mudança futura no gelo marinho tem o
potencial de impactar os hábitos alimentares das baleias-minke", disse.
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/estudo-revela-frenesi-alimentar-das-baleias-minke-antarticas,2fb116fd2abd7410VgnCLD200000b1bf46d0RCRD.html
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