terça-feira, 30 de abril de 2013

Shopping Eldorado tem telhado verde e reaproveita restos de comida como adubo




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 A horta do Eldorado tem mil metros quadrados e o objetivo é fazer com que a área verde tome conta de todo o telhado até final do ano. | Foto: <a href='http://www.facebook.com/photo.php?fbid=579151755438015&set=pb.450829871603538.-2207520000.1366916188.&type=3&theater' target='_blank'>Reprodução/Facebook</a></p>
A horta do Eldorado tem mil metros quadrados e o objetivo é fazer com que a área verde tome conta de todo o telhado até final do ano. | Foto:Reprodução/Facebook
Uma horta foi construída na parte superior da estrutura do Shopping Eldorado, zona oeste de São Paulo. O telhado verde poderá reduzir as temperaturas internas e as plantas são fortificadas a partir do adubo produzido com os restos de comida encontrados na praça de alimentação do shopping.
A horta do Eldorado tem mil metros quadrados, mas, de acordo com os administradores, o objetivo é fazer com que a área verde tome conta de toda a parte superior do prédio, até o final do ano. Com as plantas espalhadas por todo o telhado, a temperatura interna deverá ficar mais amena, diminuindo o uso do equipamento de refrigeração de ar nas dependências do shopping, que desperdiça cem mil litros de água por dia e emite significativas quantidades de carbono na atmosfera.
Lá em cima, as plantas crescem com o adubo produzido pelo sistema de compostagem, que aproveita os resíduos encontrados na praça de alimentação do shopping. O sistema consegue transformar em compostos orgânicos 25% das 300 toneladas de lixo produzidas todos os dias no centro comercial.
 Para garantir a eficiência dos compostos orgânicos, o shopping encomendou catalisadores que aceleram a decomposição do lixo, realizando, em três horas, uma tarefa que, naturalmente, ocorreria em 180 dias. Até agora, foram colhidas cem berinjelas e outros legumes, além de uma boa plantação de alfaces que brota em boa parte do telhado ecológico do Eldorado. Com informações da Rede Brasil Atual.
Redação CicloVivo

Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/shopping-eldorado-tem-telhado-verde-e-reaproveita-restos-de-comida-como-adubo

segunda-feira, 29 de abril de 2013

A sabedoria do boêmio


Ana Ferraz


O compositor e zoólogo Paulo Vanzolini, de 89 anos, morreu às 23h35 de domingo 28, segundo o Hospital Israelita Albert Einsten. Confira reportagem sobre ele publicada em janeiro de 2012.

Noite dessas, Paulo Vanzolini sonhou com uma poesia de Olavo Bilac que decorou quando ainda era rapazote. Os versos, que são muitos, vieram por inteiro. Aos 88 anos, o autor de composições que atravessaram gerações sem perder a força, como Ronda e Homem de Moral, conserva a prodigiosa memória e se mantém imperturbável diante da fama.
Vanzolini e Adorinan Barbosa, o "amigo de muitas cachacinhas" que hoje ele "visita" no Mercadão. Foto: Gustavo Lourenção
Considerado por muitos o embaixador do samba de São Paulo, ele agradece o epíteto. “Não é verdade, mas eu gosto”, diz, sorriso nos lábios. Acomodado numa poltrona de couro na modesta casa do Cambuci, “bairro cheio de bares ótimos”, o homem culto que cresceu rodeado de livros e se tornou zoólogo de reputação internacional põe em perspectiva a criação de uma vida, 70 composições e 155 trabalhos científicos. “Que glória é essa, meu Deus”, questiona, num lapso, o declarado ateu, bisneto de anarquista. “É uma glória muito humilde. Não tenho motivos para ser vaidoso.”
Nesta sexta 27, semana em que São Paulo completa 458 anos, Vanzolini concederá ao público o privilégio de tê-lo na Choperia do Sesc Pompeia. Instalado numa mesa, cervejinha à mão, o artista acompanhará alguns de seus grandes sucessos, interpretados por Ana Bernardo e Carlinhos Vergueiro. Entre uma canção e outra, o show será pontuado pelas reminiscências do compositor que, junto com Adoniran Barbosa, de quem foi “amigo de muitas cachacinhas”, traduziu a cidade de forma definitiva.
Adoniran era ótima pessoa, nos dávamos muito bem. O cara mais desligado que já conheci. Vinha de família italiana do Vêneto. De menino o chamavam de Joanim.” Os longos papos entre Vanzolini e João Rubinato (Adoniran), que em sua simplicidade dizia não entender bem o que o cientista fazia (“ele mexe com zoológico, sei lá”), jamais renderam samba. “Sempre me pedem para contar como era nossa conversa. Era muito cotidiana. Não tinha nada demais. Era nossa conversa.”
A famosa Tiro ao Álvaro,  relembra, surgiu como um presente do jornalista e escritor Osvaldo Molles ao amigo Adoniran. Foi Molles também o criador do personagem Charutinho, de tiradas engraçadas embaladas por sotaque italianado, que interpretou com grande sucesso na Rádio Record. “Adoniran acabou assumindo na vida real o personagem da ficção. No fundo, ele era mesmo só o Joanim.” Quando a saudade aperta, Vanzolini dirige-se ao Mercado Municipal, o Mercadão da capital paulista. “Colocaram uma estátua do Adoniran numa mesa. De vez em quando vou lá tomar uma cerveja com ele.”
A prosa animada de repente silencia. O olhar do compositor vagueia pela sala, ambiente que Ana Bernardo, sua atual mulher, define como “totalmente masculino”. Justifica-se a quase queixa: sobre um aparador, uma grande cobra de madeira exibe a boca aberta (souvenir comprado na Espanha). A seu lado, outra, bem mais modesta nas medidas, porém, verdadeira, exibe-se sobre um tronco. Para alívio dos visitantes, o exemplar não se move, foi plastificado graças a uma técnica especial. A terceira fica na mesinha de centro. Ao lado da porta de entrada, o cabideiro dá pistas sobre a atividade profissional do dono da casa. Ali estão os chapéus que Vanzolini usava para adentrar o mato em busca de bichos.
Foi com a zoologia que o boêmio ganhou a vida. Ele fez-se médico pela Universidade de São Paulo somente para facilitar o doutorado em zoologia, em Harvard, nos EUA. Especialidade: répteis. “Nunca examinei um doente na vida.” Por motivos óbvios, tem grande apreço por lagartos e lagartixas. Até hoje mantém a postos seu kit de pegar bicho. No ano passado, uma editora reuniu toda a sua produção científica. Também em 2011, a Fundação Conrado Wessel concedeu seu prêmio máximo a Vanzolini. “Vou receber em junho, na Sala São Paulo. É bom pra burro, são 300 mil reais”, admira-se. “Só que vou ter de pagar Imposto de Renda.”
Em um ano repleto de homenagens, Vanzolini receberá a Medalha Armando de Salles Oliveira. Um gesto de reconhecimento ao homem de números científicos robustos: 47 anos de trabalho no Museu de Zoologia, 31 deles como diretor, 40 mil animais capturados e a construção do mais completo acervo sobre répteis da América do Sul. A paixão pelos tais bichos começou quando ele ainda era imberbe. Aos 14 anos já estagiava no Instituto Biológico, onde foi iniciado na branquinha. “Todo fim de expediente rolava uma cachacinha, eu ganhava meia.”
No rastro dos répteis, muitas histórias. “Durante um trabalho na Argentina, fui comprar um disco da Mercedes Sosa e saí de braço dado com um soldado”, diverte-se. “O agente da polícia queria saber por que eu estava comprando aquele disco. Disse: ‘Ela é uma boa cantora’. O sujeito ficou olhando na minha cara. Me ameaçou, mas não podia fazer nada.”
Em tempos  de ditadura, Vanzolini foi surpreendido por um convite impossível de ser recusado. O general Golbery do Couto e Silva, o “feiticeiro” do regime militar, o convocava a Brasília. Sem mais explicações. Enviou passagem aérea e limusine com motorista. “Ele mandou me chamar para passar um sabão. Queria me dizer que eu era contra o governo. E eu era. Me disse que isso poderia dar mau resultado.” Com calma inabalável, o cientista retrucou: “Isso vai depender de quem aguentar mais tempo, nós ou vocês”. Conversa encerrada, voltou para São Paulo.
Foi durante o tempo em que serviu na cavalaria que Vanzolini compôs um de seus maiores sucessos, Ronda, clássico que adquiriu a impressão digital de Márcia, sua mais reconhecida intérprete. “Eu sou Ronda”, já assumiu a cantora ao autor. A música é líder de pedidos nos karaokês até hoje. “As japonesas são as que mais pedem. No bar em que a Ana canta, vem escrito no guardanapo: Honda”, conta o compositor, rindo. A verdade, confessa, é que sua relação com a canção inspirada nas mulheres que observava no entra e sai dos bares à procura dos parceiros se desgastou. “Sabe o que as minhas filhas dizem? Fez, agora aguenta!” Vanzolini argumenta que a composição, de melodia pungente, é uma piada. “Começa dando a impressão de que a mulher procura o sujeito para se reconciliar, mas é para desperdiçar um pente de revólver.”
Vanzolini começou a compor quando frequentava a Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo. Diz não ter ideia de qual foi a primeira composição. “Aliás, lembro, mas joguei fora, não prestava.” Outra meia dúzia teve a mesma infausta sorte. A criação favorita? “Não me ocorre nenhuma.” Dali a pouco cita aquela que considera uma de suas melhores, Longe de Casa eu Choro. “Fiz em Cambridge, pensando em São Paulo. Era uma poesia minha. O Paulinho Nogueira pegou o livro e disse: ‘Você não é poeta, é sambista. Aqui está cheio de letras de samba esperando música’. Paulinho era meu amigo de infância. Fez a melodia com Eduardo Gudin.” Outra que também teve o auxílio luxuoso de Paulinho Nogueira é Valsa das Três da Manhã. “Paulinho era um sujeito de qualidade humana excepcional.” A que mais rendeu? “Só uma deu dinheiro, Volta por Cima. Comprei livros para o Museu de Zoologia.”
Paradoxalmente, e para assombro de quem não o conhece, Vanzolini nada sabe de música. “Tenho péssimo ouvido. Não sei ler música, não sei o que é acorde”, jura. “Meu professor foi o rádio.” O método para preservar as composições consistia em decorá-las. “Se esquecesse perdia tudo. Dá uma mão de obra danada, por isso larguei”, diz. “Fica uma coisa obsessiva. Até que a música saia você não pensa em outra coisa.” O método Vanzolini de compor é outro mistério. “Inspiração a gente procura. Na cabeça. Geralmente começa com uma frase. Aí vem tudo junto, letra e melodia.”
Para quem supõe haver sempre algo autobiográfico em cada letra, o mestre desmente. “Nunca sofri com dor de cotovelo, por exemplo, é só um tema.” Na belíssima Quando Eu For Eu Vou sem Pena, interpretada por Chico Buarque em Acerto de Contas, coleção com quatro CDs que reúne a obra do autor (“essa caixa completou a minha vida”), o tom é triste. Uma tocante despedida. Mas não se trata exatamente disso. A inspiração atende pelos nomes de Miriam, Marina, Carol e Cris. “Eu estava numa fazenda, durante excursão do museu. Comecei a pensar em como seria quando partisse”, conta. “Eram as alunas que estavam ali, ele fez para elas”, entrega Ana Bernardo, diante do olhar risonho do poeta fingidor.
Boêmio de carteirinha, mulherengo apenas “na medida da necessidade”, Vanzolini adorava percorrer as ruas de São Paulo até altas horas, sozinho. Nesse périplo pela então metrópole da garoa, fez várias descobertas. “Uma vez abri uma porta e descobri os Macambiras. De outra, Virgínia Rosa.” Ana Bernardo, companheira dos últimos 15 anos, também foi um encontro patrocinado pela música. A filha do fundador dos Demônios da Garoa encantou o compositor com sua voz firme e melodiosa. “Ela entende a música que canta. É minha melhor intérprete.”
Autodefinido sambista tradicional, Vanzolini mantém o entusiasmo pela música. Ouve com admiração Noel Rosa, Dorival Caymmi, Nelson Cavaquinho, Sílvio Caldas, Cartola e Paulinho da Viola, entre outros grandes. E considera-se realizado. “Estou recebendo mais do que esperava. É muita recompensa no fim da vida”, comenta, com a sabedoria dos modestos. Na segunda-feira que antecede o carnaval, a Banda Redonda, fundada por Plínio Marcos, vai homenageá-lo. O enfarte que lhe surpreendeu em 2004, roubando-lhe 70% da capacidade cardíaca, provou ser incapaz de deter o poeta. “Estarei lá, lógico”, garante, com brilho no olhar.

Polícia Federal prende secretários estadual e municipal do Meio Ambiente por suspeita de fraude



Até o momento, 18 pessoas foram presas em operação que desarticula rede de corrupção voltada à obtenção ilegal de licenças ambientais

29/04/2013 07h49 - Atualizado em 29/04/2013 10h29
Operação visa a reprimir crimes ambientais, contra a administração pública e lavagem de dinheiro
Foto: Márcio Doval
Polícia Federal desarticulou na manhã desta segunda-feira, 29, a Operação Concutare. O objetivo da ação, que contou com 150 agentes,era reprimir crimes ambientais, crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro.
São 29 mandados de busca e apreensão. As ordens judiciais foram cumpridas em Porto Alegre, Taquara, Canoas, Pelotas, Caxias do Sul, Caçapava do Sul, Santa Cruz do Sul, São Luiz Gonzaga, no Rio Grande do Sul, e em Florianópolis, Santa Catarina.
Em entrevista ao programa Gaúcha Hoje, o governador do Rio Grande do Sul falou sobre operação da Polícia Federal, que prendeu gestores da área ambiental. Tarso Genro ficou sabendo da ação durante a madrugada e disse que todos os envolvidos serão afastados, como medida preventiva.
- Qualquer envolvido deverá ser afastado imediatamente - afirmou.
Até o momento, 18 pessoas foram presas. Entre elas, o secretário estadual do Meio Ambiente, Carlos Niedersberg, o secretário municipal do Meio Ambiente, Luiz Fernando Záchia e o ex-secretário do Meio Ambiente Berfran Rosado.
O prefeito de Porto Alegre afastou temporariamente o secretário Luiz Fernando Záchia. Em entrevista ao programa Gaúcha AtualidadeJosé Fortunati afirmou desconhecer mais detalhes da investigação e disse que afastou Záchia sem fazer juízo de valor sobre acusações da Polícia Federal:
Os advogados dos secretários Záchia e Niedersberg afirmam que as prisões têm validade de cinco dias. Uma coletiva marcada para as 10h, na Superintendência da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, deve esclarecer mais detalhes da operação.
Operação Concutare
A operação teve início em junho de 2012 quando identificou um grupo formado por servidores públicos, consultores ambientais e empresários, que atuavam na obtenção e na expedição de concessões ilegais de licenças ambientais e autorizações minerais junto aos órgãos de controle ambiental.

domingo, 28 de abril de 2013

Entendendo a Caatinga




A Caatinga é um bioma que ocupa cerca de 844 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 11% do território do país, englobando os estados de Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Sergipe e o norte de Minas Gerais, onde a ocorrência de secas resultantes de um clima semi-árido deixam a vegetação sem folhas e os troncos das árvores esbranquiçados e secos. Os tupi, deparados com uma paisagem de quilômetros e mais quilômetros de uma vegetação esbranquiçada, denominaram aquilo "mata branca", que na sua língua era a caa (mata) + tinga (branca), a Caatinga

É um bioma exclusivamente brasileiro, o que torna seu patrimônio biológico único no planeta. Apesar de estar localizado em área de clima semi-árido, a Caatinga apresenta grande variedade de paisagens e de biodiversidade. Muitas das suas espécies são exclusivas

Abriga 178 espécies de mamíferos, 591 de aves, 177 de répteis, 79 espécies de anfíbios, 241 de peixes, 221 de abelhas e 932 espécies de plantas. É dominada por tipos de vegetação com características xerofíticas – formações vegetais secas, que compõem uma paisagem cálida e espinhosa – com estratos compostos por gramíneas, arbustos e árvores de porte baixo ou médio, caducifólias (árvores que perdem suas folhas durante parte do ano) e uma farta variedade de plantas espinhosas, entremeadas de outras espécies como as cactáceas e as bromeliáceas.

A diversidade de sua paisagem é tamanha, que permite uma distinção de ecossistemas, baseada nas diferenças de pluviometria, fertilidade e tipo de solos e relevo. Uma primeira divisão que pode ser feita é entre o agreste e o sertão. Enquanto o sertão apresenta vegetação mais rústica, o agreste é uma faixa de transição entre o interior seco e a Mata Atlântica, característica da Zona da Mata. 

Hoje, segundo dados do IBGE, cerca de 27 milhões de pessoas vivem na área original da Caatinga, grande parte dependente dos recursos da  biodiversidade local para a sua sobrevivência. A extração de madeira, a agricultura de sequeiro, a monocultura da cana-de-açúcar e a pecuária nas grandes propriedades são atividades econômicas tradicionais. 

Com isso, 80% de seus ecossistemas originais já foram alterados por processos humanos, principalmente por meio de desmatamentos e queimadas, práticas ainda comuns no preparo da terra para a agropecuária. Além de destrutivas à cobertura vegetal, prejudicam a manutenção de populações da fauna silvestre, a qualidade da água, e o equilíbrio do clima e do solo. 

Estes mesmos recursos, se conservados e explorados de forma sustentável, podem impulsionar o desenvolvimento da região. A biodiversidade da caatinga ampara diversas atividades econômicas voltadas para fins agrosilvopastoris e industriais, especialmente nos ramos farmacêutico, de cosméticos, químico e de alimentos.

Apesar disso, a Caatinga é alvo do desmatamento desenfreado, principalmente nos últimos anos, devido principalmente ao consumo de lenha nativa, explorada de forma ilegal e insustentável, para fins domésticos e indústrias. Sofre também com o sobrepastoreio e a conversão de terras para pastagens e agricultura. O desmatamento já chega a 46% da área do bioma, tendência que o governo pretende conter através da criação de unidades de conservação federais e estaduais.

Outra forma de combater a destruição da Caatinga são estudos da flora e fauna que, segundo os pesquisadores, é o menos conhecido e estudado dos biomas brasileiros. Em 2010, no primeiro monitoramento já realizado sobre ele, constatou-se que o bioma Caatinga perde por ano e de forma pulverizada uma área de sua vegetação nativa equivalente a 2 vezes a cidade de São Paulo. A área já desmatada equivale aos territórios dos estados do Maranhão e do Rio de Janeiro somados. Uma taxa de desmatamento equivalente à da Amazônia, embora a área total da Amazônia seja cinco vezes maior.

Como consequência desta degradação, espécies animais e vegetais já figuram na lista das espécies ameaçadas de extinção do IBAMA e do ICMBio. Por exemplo, felinos (onças e gatos selvagens), herbívoros de porte médio (veado-catingueiro e capivara), aves (ararinha azul, avoante) e abelhas nativas figuram entre os mais atingidos pela destruição do seu habitat natural e por atividades predatórias, como a caça.


*Ilustração original: Estação Ecológica Federal Raso da Catarina. Crédito: Adriano Gambarini / Programa de Revitalização da Bacia do Rio São Francisco-SRHU/MMA 


Fonte: http://www.oeco.org.br/multimidia/biblioteca/27121-entendendo-a-caatinga

'Parecia uma festa', diz empresário que flagrou golfinhos no litoral do PR


Empresário pesca por lazer e disse que nunca havia vistos os animais. Bióloga explica que a espécie tem o hábito de se aproximar dos barcos.



Vídeo: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2013/04/parecia-uma-festa-diz-empresario-que-flagrou-golfinhos-no-litoral-do-pr.html


O empresário Maurício Dudek, de 31 anos, flagrou diversos golfinhos em Paranaguá, no litoral do Paraná, na quinta-feira (25), quando saiu para pescar. Ele contou que, desde os 14 anos, pesca por lazer e que esta foi a primeira vez que viu estes animais de perto.
Nas imagens, é possível ver dezenas de golfinhos, porém, Dudek garante que havia centenas. “Num raio de dois quilômetros tinha de 200 a 300 pulando, saltando e jugando água na gente. Parecia uma festa, que eles tinham marcado todos no mesmo lugar. Eles rodeavam o barco espirrando água, batiam a cauda”, brincou.

Dudek estava com um amigo e, segundo ele, foram a 35 quilômetros de distância da costa. Quando viu o primeiro golfinho, achou que fosse um tubarão. “Não estava dando peixe, mas alguma coisa tinha porque o dia estava perfeito. O meu amigo falou: olha o tamanho deste peixe e eu falei que era um tubarão, só depois a gente viu o que era”, lembrou entusiasmado.
A bióloga Aliny Gaudard Bióloga, pesquisadora colaboradora do Laboratório de Ecologia e Conservação do Centro de Estudos do Mar, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), afirmou que estes golfinhos são conhecido como Golfinho-nariz-de-garrafa, boto-preto, boto-caldeirão ou boto-da-tainha. O nome científico é Tursiops truncatus. Segundo ela, esta é a espécie mais estudada do mundo e cada animal pode medir de 1,90 a 4,00 metros, chegando a pesar em torno de 500 quilos. Ela destacou ainda que estes animais são chamados tanto de golfinhos quanto de botos, dependendo da região.

A espécie tem o hábito de se aproximar dos barcos e, de acordo com a bióloga, esta atitude é denominada de bow-riding. "A causa dessa atividade comportamental ainda é desconhecida, havendo apenas especulações, como a de que eles usam o movimento da onda causada pela embarcação para se deslocar e assim gastar menos energia".

Outra hipótese é de que, para proteger o grupo, principalmente os filhotes, os golfinhos machos e jovens se exibem para chamar a atenção para si. A bióloga também citou uma das manobras dos golfinhos flagrados por Dudek, na qual um filhote fica com o corpo inteiro fora da água. "Esse comportamento é conhecido como "tail walking" que seria mesmo um andar com a cauda. Ele se impulsiona para trás apenas com a nadadeira caudal dentro da água".

Fonte: http://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2013/04/parecia-uma-festa-diz-empresario-que-flagrou-golfinhos-no-litoral-do-pr.html

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Porque a estrada do Colono deve continuar para sempre fechada



Quase 30 anos depois de fechada, a mata reocupou e fechou por si própria a Estrada do Colono. Foto: SOS Florestas
Com seus 185 mil hectares, o Parque Nacional do Iguaçu é o mais famoso, melhor manejado, mais visitado Parque do Brasil - com mais de 1,5 milhão de visitantes por ano - e o que trás mais benefícios econômicos aos municípios onde se insere. Somado ao vizinho Parque argentino atinge uma continuidade de 250.000 hectares protegidos. Mesmo assim, ele continua sob-risco de ser cortado. Se for aprovado em definitivo o Projeto de lei nº 7123, de 2010, do deputado Assis do Couto (PT-Paraná), a Estrada do Colono será reaberta e, com isso, trará profundas alterações ao Iguaçu, a única ilha de mata atlântica, hoje perdida num oceano de atividades agropecuárias intensivas, no oeste do estado do Paraná.

O total da área das unidades de conservação de proteção integral, no Paraná, protege cerca de 500 mil hectares, ou seja, algo como 2,5% da sua extensão territorial. O desejável é ter pelo menos 10%. Sozinho, o Parque do Iguaçu representa mais de um terço das atuais áreas de proteção integral do estado.

Há que se esclarecer que a malfadada “Estrada do Colono” é um antigo caminho que foi precariamente transformado em estrada por volta de 1950 e que operou até os anos 1980. O então Instituto Brasileiro e Desenvolvimento Florestal (IBDF), responsável pelo Parque, sempre considerou que essa estrada era um risco grande demais e procurou por anos seu fechamento, pois, como sempre acontece, apesar de estar em um Parque Nacional, o seu uso facilitava a caça predatória, a extração ilegal de madeira e, em especial, a destruição dos palmitais. Além disso, a estrada interrompia a movimentação da fauna, diminuindo sua área territorial e aumentava o risco de incêndios florestais. Em 1986, o Ministério Público Federal obteve o fechamento da Estrada do Colono. Foi um enorme alívio para aqueles que queriam o Parque protegido na sua integridade.

Invasões

Em 2007, a sentença da juíza federal Pepita Durski Tramontini Mazini declarou a última invasão ilegal. Essa decisão seria, em teoria, o ponto final da polêmica que se arrastou por mais de 20 anos.
Assim mesmo houve várias invasões da comunidade local tentando reabri-la. Invasões importantes se produziram em 1997 e em 2001 e, em cada caso, a força pública restabeleceu a ordem. A última reabertura da estrada ocorreu há poucos anos quando mais de 250 pessoas, bem articuladas e organizadas, ocuparam a área que já estava praticamente retomada pela vegetação. Entraram com tratores, derrubaram a vegetação e destruíram a guarita do IBAMA. O Instituto conseguiu na justiça reaver a posse da área e montou uma operação com 300 homens da Polícia Federal para retomar o controle do Parque. A situação foi normalizada uma semana depois, com a retirada dos invasores que resultou, outra vez, no fechamento da estrada. Com essa operação, o IBAMA conseguiu garantir a integridade do Parque do Iguaçu e evitar a iminente perda do título de Patrimônio Natural Mundial concedido pela UNESCO.

A “Estrada do Colono” pode ser considerada como o primeiro trecho de 17,6 km da Rodovia PR-495, que une Serranópolis do Iguaçu, na divisa norte do Parque Nacional à localidade de Iguiporã, em Marechal Cândido Rondon. Sem ela, a distância rodoviária entre as cidades de Medianeira e Capanema aumenta de 58 km para mais de 170 km (utilizando-se as rodovias BR-277, PR-182 e PR-582). Por esse motivo e para propiciar alternativas de desenvolvimento à região de Capanema, o Governo do Paraná inaugurou, em 1994, a Ponte Internacional sobre o rio Santo Antônio, uma ligação rodoviária com a Argentina, que encurta significativamente a viagem. Não obstante, os habitantes da região continuaram reclamando a reabertura da estrada.


Em 2007, a sentença da juíza federal Pepita Durski Tramontini Mazini declarou a última invasão ilegal. Essa decisão seria, em teoria, o ponto final da polêmica que se arrastou por mais de 20 anos. Para inibir novas tentativas de ocupações, a juíza fixou uma “multa diária para cada município incentivador de uma eventual nova invasão da Estrada do Colono”. 

O equívoco da estrada-parque

O Projeto de lei nº 7123, de 2010, doura a pílula ao propor a criação de uma “estrada-parque”, onde se enquadraria a Estrada do Colono e permitiria reabri-la.
Tudo parecia enfim resolvido e o grande Parque Nacional, orgulho de todos nós, estava salvo. Ledo engano. Havia deputados ruralistas e outros oportunistas que camuflaram a tragédia. 

Projeto de lei nº 7123, de 2010, doura a pílula ao propor a criação de uma “estrada-parque”, onde se enquadraria aEstrada do Colono e permitiria reabri-la. Como era de se esperar, pretende garantir sua conformidade com todas as medidas de proteção ao ambiente imagináveis, inclusive estudo de impacto ambiental, passagens especiais para animais, registro de veículos, limites de velocidade, etc. Indica até que a estrada seria de uso exclusivo diurno e para veículos de passeio e camionetes ou veículos turísticos. Insiste na importância da estrada para o turismo rural e muitos outros aspectos que são, corretamente, aplicáveis a “estradas-parque”. Na verdade, o deputado Assis do Couto fez um bom trabalho de revisão do que é ou deve ser uma estrada parque. 

Ficção legal versus realidade

É evidente para quem não pretenda ser cego, que os agricultores dos arredores do Parque não querem a estrada para passear aos domingos. Eles querem a estrada para transportar seus produtos.
A realidade é bem mais complexa. A categoria de estrada-parque nem existe na legislação federal. Eles a propõem. A pretensão é fragrantemente contra a legislação que dispõe sobre Parques Nacionais, a conhecida Lei do SNUC de 2000 e o que ainda dispõe o seu plano de manejo. Não importa, muda-se a Lei do SNUC. Afinal eles podem tudo, ou acreditam nisso. 

De outra parte, o problema é que as estradas parques, por definição técnica e por simples lógica, não podem ser estabelecidas dentro de um parque nacional ou dentro de qualquer outra unidade de conservação. As estradas parque, onde existem, são uma categoria per se de unidade de conservação que demanda uma área de influência ao redor delas. Ao estabelecer uma estrada parque no meio do Parque Nacional do Iguaçu, automaticamente, este ficaria dividido em duas metades. A própria Constituição também proíbe em seu artigo 225 que se transforme parte ou a totalidade de uma Unidade de Conservação mais restrita em uma menos restrita, o que seria o caso em questão.

Nos parques dos países onde a lei é respeitada existem estradas asfaltadas para o acesso sem ocasionar grandes problemas ao ecossistema. Por elas podem circular os vizinhos, além dos visitantes. No entanto, ninguém abusa da velocidade, ninguém caça os animais nem coleta palmito ou entra na mata para tirar madeira nobre. Nelas não se estabelecem vendedores de refrigerantes e borracharias clandestinas, nem tampouco circulam caminhões carregados de soja ou de contrabando. Isso quer dizer que, nas condições atuais, fazer uma estrada dentro do Parque Nacional do Iguaçu seria um desastre para o Parque e para a única floresta preservada de tamanho razoável que ainda sobrevive no sul do país. 
Pior ainda. É evidente para quem não pretenda ser cego, que os agricultores dos arredores do Parque não querem a estrada para passear aos domingos. Eles querem a estrada para transportar seus produtos. Isso significa que, construída a estrada, eles vão obter progressivamente o direito de usá-la do modo que lhes melhor convier.

Testemunhos na Comissão do Projeto de lei nº 7123
Em 1999, a UNESCO demoveu o Parque, inscrevendo-o na vergonhosa lista de Patrimônio em Perigo, em razão da reabertura da Estrada do Colono. Somente em 2001, com o fechamento definitivo da Estrada, o Parque foi retirado da lista.

Na Comissão da Câmara dos deputados onde se discute o Projeto de Lei, muitas vozes foram ouvidas, tanto a favor como contra o estabelecimento dentro de um Parque Nacional de outra categoria de manejo que a legislação em vigor sequer prevê. Veja abaixo bons argumentos contrários à reabertura da Estrada do Colono.

André Alliana, especialista em gestão ambiental, representando a ADEAFI – Associação de Defesa e Educação Ambiental de Foz do Iguaçu, disse: 

“Em 1986 a estrada foi fechada. Estudos realizados posteriormente mostraram a importância dessa área para a circulação da fauna. Estudos mais recentes mostram que, numa área natural, é necessário um mínimo de 2 km para amortizar o efeito externo. Aplicando-se este princípio, pode-se observar que o impacto de uma estrada de 18 km no Parque Nacional do Iguaçu acarreta na realidade uma perda de área protegida na ordem de 72 Km² (7.200 ha) o que representa cerca de 4% da área do parque. Ou seja, não se trata apenas de uma estrada e sim da perda de quase 5% do Parque Nacional do Iguaçu. Vale destacar que toda a área de uso turístico, frequentada por cerca de um milhão de pessoas por ano equivale a, aproximadamente, 5% da área total do parque. Ou seja, a Estrada do Colono, que atendia apenas a um pequeno grupo de pessoas, acarretava o mesmo grau de impacto de toda a área de visitação às cataratas.”


Rômulo Mello, à época presidente do ICMBio disse: 

“É óbvio que não cabe construir essa estrada. Qualquer técnico perguntado sobre isso vai dizer que não. O parque é o segundo criado no Brasil, tem uma importância muito grande, protege 180 mil hectares de Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados”

E continuou, ao destacar que o Parque Nacional de Iguaçu é uma referência internacional, um modelo de gestão que serve de parâmetro para todos os outros parques nacionais administrados pelo ICMBio. 

“É tudo o que queremos fazer em outras unidades. Portanto, cabe a nós, gestores, garantir a integridade do parque”.

Rômulo chegou a admitir a possibilidade de a UNESCO retirar o título de Patrimônio Natural da Humanidade, concedido ao Iguaçu em 1986, caso essa integridade seja posta em risco. Em 1999, a UNESCO demoveu o Parque, inscrevendo-o na vergonhosa lista de Patrimônio em Perigo, em razão da reabertura da Estrada do Colono. Somente em 2001, com o fechamento definitivo da Estrada, o Parque foi retirado da lista.

O professor Alex Bager também se posicionou contra a construção da estrada-parque no Iguaçu. Para ele, os impactos de uma rodovia numa unidade de conservação não se limitam apenas a atropelamentos de animais, como normalmente se costuma mostrar: 

“Estudos comprovam que o impacto se dá num raio de dois quilômetros a partir da margem da rodovia, tanto para um lado como para o outro. Além de afetar fauna e flora, a estrada influi na hidrologia, causa assoreamento dos rios, poluição por lixo e metais pesados, resultantes de acidentes, facilita a invasão de espécies exóticas, que surgem com os grãos caídos das cargas dos caminhões, e ainda incêndios, provocados por motoristas descuidados que soltam pontas de cigarro”

Depois de afirmar que atua há três décadas na área, Bager disse nunca ter visto no Brasil um exemplo de rodovia que melhorasse a gestão de unidades de conservação. 

Mau exemplo da Rodovia BR471

Construída nos anos 1970, a BR471 corta 17 quilômetros da Estação Ecológica do Taim, no Rio Grande do Sul. O chefe da Estação, Henrique Horn Ilha, mostrou que só no último ano foram atropelados e mortos 743 animais, uma média de 2 por dia, sendo 69% de mamíferos, 19% de répteis e 12% de aves. Desses, 423 eram capivaras, mas havia também lontras e outras espécies ameaçadas de extinção, ou seja, uma perda irreparável para a biodiversidade. Além desses estragos, segundo Ilha, a estrada produz outros efeitos danosos ao meio ambiente, como a fragmentação dos banhados (ecossistema protegido pela reserva), perturbação e alteração dos habitats da fauna e flora, além de dar acesso a pescadores e caçadores ilegais, permitir o acúmulo de lixo e facilitar incêndios na vegetação.

O Parque Nacional do Iguaçu, proposto pelo nosso herói Alberto Santos Dumont em 1916 e estabelecido em 1939, sendo o segundo a ser criado no país, já sobreviveu a muitas ameaças. Que nos reste pelo menos o sonho ou a esperança que possa sobreviver a mais esta.

Fonte: http://www.oeco.org.br/maria-tereza-jorge-padua/27114-porque-a-estrada-do-colono-deve-continuar-para-sempre-fechada

Parque mexicano entra no Guinness por recorde na produção de araras



por Redação CicloVivo
arara 300x216 Parque mexicano entra no Guinness por recorde na produção de araras
A pequena quantidade de araras vermelhas no México e América Central – menor que 400 exemplares, incentivou o trabalho de procriação para a espécie que a espécie volte ao seu habitat natural. Foto: Digo Souza/Flickr
O parque mexicano Xcaret, localizado em Cancun, entrou pela segunda vez no Guinness. Em 2009 a instituição bateu o recorde de produção de araras e o feito foi repetido em 2012. Durante todo o ano, o parque registrou o nascimento de 132 araras vermelhas.
Em declaração à imprensa local, o presidente do Xcaret, Miguel Quintana, explicou que essa é a concretização de um sonho que se iniciou há 25 anos de retirar as araras vermelhas da lista dos animais ameaçados de extinção.
Durante seu discurso, Quintana lembrou que o trabalho foi iniciado com apenas um casal de araras e que a meta era chegar ao número cem. Em 1994 nasceram as primeiras seis aves e cinco anos depois, com uma técnica mais aperfeiçoada, nasceram 20 araras em um ano.
O trabalho tem sido tão bem sucedido, que a proposta é aprimorar a reprodução, mas não manter os animais em cativeiro. A pequena quantidade de araras vermelhas no México e América Central – menor que 400 exemplares, incentivou o trabalho de procriação para a espécie que a espécie volte ao seu habitat natural.
As aves começaram a ser devolvidas à natureza na última semana, com a introdução de 20 exemplares na selva de Palenque. Em três meses os responsáveis pelo trabalho pretendem ter mais 28 no programa de introdução.
A quantidade de aves alcançada pelo projeto permitiu que os mexicanos passassem a sonhar mais alto. O objetivo para o próximo ano é conseguir gerar 500 novas araras.
* Com informações do La Crónica.
** Publicado originalmente no site CicloVivo.

(CicloVivo) 

Fonte: http://envolverde.com.br/noticias/parque-mexicano-entra-no-guinness-por-recorde-na-producao-de-araras/

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Empresário nordestino comercializa água de coco e aproveita todos os resíduos da fruta




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 A polpa do coco vira doces e geleias do fruto, enquanto a fibra e o substrato são beneficiados e vendidos sob encomenda para outras empresas. | Foto: <a href='http://www.flickr.com/photos/fjota/2509401759/sizes/m/in/photostream/' target='_blank'>Paula FJ/Flickr</a></p>
A polpa do coco vira doces e geleias do fruto, enquanto a fibra e o substrato são beneficiados e vendidos sob encomenda para outras empresas. | Foto: Paula FJ/Flickr
Diogo Gaspar é um empresário potiguar que se tornou conhecido por dominar o mercado de fornecimento de água de coco envasada no Rio Grande do Norte e em outros estados do Nordeste. No entanto, seu maior destaque é a visa empreendedora e sustentável, em aproveitar todo o coco para gerar negócio.
O empresário começou em março de 2002, com apenas um carrinho de rua e uma produção bastante artesanal. O empenho associado ao esforço o levou a erguer a unidade industrial, instalada no município de Extremoz, que fica na região Metropolitana de Natal.
Atualmente, a fábrica conta com um processo de envase automatizado, sem contato humano, a partir da extração e engarrafamento da água em copos de 290 mililitros e garrafões de cinco litros. O centro de distribuição do produto localiza-se na cidade de Natal, com estrutura de câmara fria, para armazenagem.
Com uma equipe de 40 funcionários, a Aquacoco abastece os mercados do Rio Grande do Norte, Paraíba e Alagoas. No total, a marca está presente em mais de mil pontos de vendas. Sessenta por cento da produção diária fica em território potiguar e o restante vai para outras regiões do Nordeste. Operações que proporcionam um crescimento anual de 5% para a empresa.
Mas foi em 2005 que a Aquacoco pôs fim ao desperdício da polpa do coco e da casca. O que era problema acabou virando uma excelente oportunidade de negócio. Diogo Gaspar investiu R$ 100 mil na aquisição de usinas de beneficiamento da casca do coco e na aquisição de maquinário e hoje tudo é aproveitado. A polpa vira doces e geleias do fruto, enquanto a fibra e o substrato são beneficiados e vendidos sob encomenda para outras empresas.
A fibra e pó de coco são comercializados na sua forma bruta ou beneficiados. Os materiais são largamente usados na confecção de vasos de xaxins e mantas de fibra para contenção de erosão, telhas, aglomerados para fabricação de móveis, em briquetes que é um aglomerado formado a partir da bucha do coco, entre outras utilidades. Além da preocupação ambiental, a atividade trouxe novas fontes de receita para a empresa, além de preservar o meio ambiente, já que o coco verde demora 15 anos para se decompor.
Por Cleonildo Mello - Agência Sebrae

Fonte: http://ciclovivo.com.br/noticia/empresario-nordestino-comercializa-agua-de-coco-e-aproveita-todos-os-residuos-da-fruta