A bomba, colocada em cima do muro da casa, estraçalhou telhas e fez estragos na fiação do telefone e internet. Não houve feridos.
Não é a primeira vez que um servidor da APA Cairuçu sofre retaliações. Em 2007, o então gestor da APA, Marcelo Pessanha, teve a casa invadida de madrugada, embora nada tenha sido levado. Como o servidor já estava recebendo ameaças por telefone, o Ibama (o ICMBio ainda não tinha sido criado) concluiu que se tratava de intimidação.
Em 2008, outra servidora teve o carro incendiado criminalmente. Na ocasião, também foi queimado uma moto de uma ONG que fazia parceria com a unidade. Em julho do ano passado, essa mesma servidora teve outro carro incendiado. Com medo, ela pediu transferência de unidade.
Eduardo Godoy, chefe da APA de Cairuçu desde 2009, explicou à nossa reportagem que o principal problema é com o cumprimento do plano de manejo da unidade, que não permite edificações, como bares, restaurantes e pousadas nas ilhas de Paraty. Ao coibir uso ilegal da unidade, começaram as intimidações. O grande valor turístico da região se tornou a principal causa de conflitos. “O cumprimento da legislação afeta muitos interesses”, afirmou Godoy.
Ameaças verbais se tornaram rotina para os 6 analistas que trabalham na unidade de conservação. “Estamos acostumados com ameaças verbais, embora seja uma situação absurda. Mas já faz um tempo que a intimidação passou a ser contra os servidores. Atentados aconteceram em 2008, 2012 e 2013. O que nos espera 2014?” questiona.
Formada por 63 ilhas na Baia de Ilha Grande, com pouco mais de 33 mil hectares de grande valor turístico, a APA Cairuçu protege a maior concentração de áreas remanescentes de Mata Atlântica da Serra do Mar.
Fonte: http://www.oeco.org.br/noticias/27075-analista-ambiental-do-icmbio-sofre-atentado
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