01 de Abril de 2013
Por isso, enche de esperança, mais uma vez, a proposta do governo estadual de criar novos 5 parques estaduais. É uma noticia maravilhosa para quem se preocupa com o futuro do Cerrado.
A primeira Consulta Pública, já disponível, prevê a criação dos Parques Estaduais da Serra do Prata, o mais importante a meu ver, com quase 50.000 hectares, rio São Felix, e São Bartolomeu.
No entanto, preocupa o trâmite inevitável das audiências públicas. Na luta entre o interesse da maioria da população do estado e do país e os interesses dos poucos que serão afetados, a balança se inclina muitas vezes pela minoria, demasiadas vezes manipulada por interesses de grupos econômicos. A minoria afetada deve ter uma compensação justa, porém o peso de seus interesses não deveria permitir a destruição do patrimônio de todos.
Nós, os ambientalistas, devemos lutar com garra nas audiências públicas contra aqueles deputados e políticos que não se importam com o futuro. Proponho que façamos uma corrente favorável à criação e imediata implantação destas áreas, para que elas possam realmente servir à nação e em particular à população local.
Histórico desastroso
A redução do tamanho original da Chapada dos Viadeiros foi um triste episódio da história da conservação no Brasil.
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A redução do tamanho original da Chapada dos Veadeiros de 700 mil hectares para menos de 70 mil é um triste episódio da história da conservação no Brasil, uma demonstração de descaso dos governos, que falharam por décadas em compensar os proprietários e regularizar o Parque.
Goiás também tem 11 Parques Estaduais, que somam pouco mais de 100.000 hectares. A grande maioria ainda está em fase de efetivação. Até mesmo os Parques Estaduais de Terra Ronca (maior estadual), com suas magníficas grutas, Serra de Caldas Novas, com seu estonteante cerrado, e Serra dos Pireneus, junto à cidade do mesmo nome, ainda estão longe da implantação efetiva.
Alguns destes parques receberam recursos financeiros expressivos advindos das compensações ambientais de hidrelétricas como a de Corumbá (por exemplo, os três citados, Serra de Caldas Novas, Serra dos Pireneus e Terra Ronca). Nem assim chegou-se a sua implementação definitiva.
A culpa não é de um só governo, pois os problemas se acumularam até agora. Tudo caminha com a lentidão de uma tartaruga, ou pior, pois há Unidades de Conservação que andam para trás. Um exemplo gritante é o Monumento Natural Municipal da Cidade das Pedras, no município de Pirenópolis. Embora talvez seja o melhor monumento geomorfológico do país, continua totalmente abandonado.
Pode-se resumir os problemas das unidades de conservação de Goiás a dois: (i) falta de representatividade ecológica do seu sistema, tanto pelo pequeno tamanho das áreas protegidas como pela ausência de ecossistemas únicos e; (ii) a carência de investimentos em manejo efetivo das áreas protegidas já estabelecidas. Apesar de o estado ter uma lei (Lei 14.247 de 2002) que estabelece o sistema de Unidades de Conservação e de contar com vultosos recursos de compensações ambientais.
Estado tão privilegiado por recursos hídricos, espeleológicos, geomorfológicos, florísticos e faunísticos, Goiás está desperdiçando os seus dotes presenteados pela natureza. Eles oferecem oportunidades de desenvolvimento do turismo e contribuem para preservar serviços ambientais essenciais à agropecuária da região.
Felizmente, o estado de Goiás conta com RPPNs bem implantadas. Algumas são pequenas, como as de Pirenópolis ou Flor das Águas administrada pela FUNATURA e contígua à RPPN de Vagafogo. Outras são mais expressivas como a da Serra do Tombador de propriedade da Fundação Grupo Boticário, contígua ao Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros.
Contudo, as RPPNs não podem substituir o rol fundamental do Estado. Não podemos perder a oportunidade de criar esses 5 novos Parques.
Fonte: http://www.oeco.com.br/maria-tereza-jorge-padua/27046-mais-unidades-de-conservacao-para-goias
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