quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Descoberta nova espécie de golfinho na Austrália





Investigadores identificaram uma nova espécie de golfinho jubarte ao largo do norte da Austrália, depois de terem comparado os seus genes e morfologia com a de espécies já conhecidas, informou a imprensa local.

Uma equipa de cientistas dirigida pela Wildlife Conservation Society, sedeada nos Estados Unidos, fez a descoberta depois de analisar cerca de 200 golfinhos mortos e de comparar os seus tecidos com os de espécies jubarte vivas nos oceanos Atlântico, Índico e Indo-Pacífico.
Foi também realizado um estudo sobre o comprimento do bico e o número de dentes em comparação com 180 crânios de espécies de museu e amostras de DNA de 235 golfinhos.
Tudo isto permitiu a descoberta de uma espécie nova de golfinhos jubarte, do género Sousa, frequentemente encontrado nas águas do norte da Austrália.
A Wildlife Conservation Society considera importante esta descoberta na medida em que poderá contribuir para reforçar os programas de conservação.
Duas de três espécies de golfinhos jubarte já conhecidas estão em declínio e consideradas ameaçadas devido à perda de habitat e da pesca.

Tubarões sobreviveram à Grande Extinção por 120 milhões de anos


Imagens do mês (outubro/2013)65 fotos

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Seis dentes fossilizados de 135 milhões de anos achados na França sugerem que uma espécie pré-histórica de tubarão sobreviveu à Grande Extinção. A criatura, que tinha cerca de 30 centímetros de comprimento e uma protusão parecida com um gancho no lugar da barbatana dorsal, buscou refúgio no fundo do oceano por mais 120 milhões de anos. A pesquisa do Museu Natural de Genebra, na Suíça, e da Universidade de Montpellier, na França, foi publicada no periódico "Nature Communications" G. Guinot et AL/Nature Communications
Uma linhagem de pequenos tubarões pré-históricos, que acreditava-se que tivesse desaparecido na Grande Extinção de 250 milhões de anos atrás, na verdade viveu outros 120 milhões de anos, afirmaram cientistas nesta terça-feira (29) que encontraram amostras fósseis dos minúsculos dentes.
A estranha criatura - que não tinha mais que 30 centímetros de comprimento e, provavelmente, ostentava uma protusão similar a um gancho no lugar da barbatana dorsal - pode ter sobrevivido à calamidade escondendo-se em mares profundos, escreveram os pesquisadores em artigo publicado no periódico Nature Communications.
A pior extinção em massa que o planeta viveu acabou com 95% das espécies marinhas e 70% das terrestres no final do período Permiano, quando se acredita que a Terra tivesse um único continente cercado por um único oceano.
Entre as explicações para a catástrofe estão o impacto de um asteroide que sufocou o planeta em uma nuvem de poeira que ocultou o Sol e fez a vegetação secar ou um período de intensa atividade vulcânica que causou uma mistura letal de chuva ácida e aquecimento global.
Entre as criaturas que se acredita terem desaparecido nesse evento estavam os tubarões com dentição cladodonte, parentes distantes dos tubarões modernos, que tinham mandíbulas com várias fileiras de dentes minúsculos e afiados.
Mas agora, uma equipe de cientistas do Museu Natural de Genebra e da Universidade de Montpellier, na França, encontrou seis dentes desse tipo, que datam do período Cretáceo inferior em sedimentos, perto da cidade dessa cidade do Sul francês. Essa área pode ter ficado submersa durante esse período da história do planeta.
Os dentes, com menos de 2 milímetros, eram de diferentes espécies do tipo cladodontes, agora extintos, que viveram há 135 milhões de anos atrás.
"Nossas descobertas mostram que esta linhagem sobreviveu a extinções em massa, mais provavelmente, por buscar refúgio no fundo do mar durante eventos catastróficos", destacou o estudo.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Golfinho em extinção morre após ser atingido por arpão em Macaé, no RJ


Outros ferimentos na espécie Toninha podem ter sido feitos por rede. 
Mamífero foi para o Centro de Triagem de Animais, em Cabo Frio.

Do G1 Região dos Lagos
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Golfinho apareceu vivo mas morreu na Praia da Barra, em Macaé (Foto: Flávio Sardou / Divulgação)Golfinho apareceu vivo mas morreu na Praia da Barra, em Macaé (Foto: Flávio Sardou / Divulgação)
Um golfinho apareceu na manhã desta terça-feira (29) em uma praia de Macaé, no litoral do Rio. Segundo a Guarda Ambiental da cidade, o animal da espécie Toninha, que é ameçada de extinção, chegou vivo até a areia da Praia da Barra, mas não resistiu e morreu pouco tempo depois.
“O que verificamos foi que o animal tinha presença de cortes, provavelmente feitos por rede, e um dos órgãos atingido por um arpão, o que caracteriza pesca predatória”, informou o comandante da Guarda Ambiental, Madson Nazareno.
O golfinho foi encaminhado para o Centro de Triagem de Animais (CTA) em Cabo Frio, onde vai ser possível definir a causa da morte do mamífero. “Se estivesse vivo, seria chamado um biólogo até o local para saber qual o melhor tratamento”, explicou Madson.
Golfinho Toninha
A espécie Toninha, por possuir hábitos costeiros, sofre muito com as atividades humanas como poluição, tráfego de embarcações e, principalmente, capturas acidentais em operações de pesca. Atualmente, este golfinho consta na lista oficial das espécies da fauna e flora brasileira ameaçadas de extinção e está classificado como uma espécie em vulnerabilidade pelo Plano de Ação dos Mamíferos Aquáticos do Brasil.

Livro sobre ecoturismo na mata atlântica é disponibilizado para download gratuito




O “Projeto de Desenvolvimento do Ecoturismo na Região da Mata Atlântica” lançou um livro com os resultados e lições aprendidas sobre gestão de ecoturismo nos parques estaduais de São Paulo. A publicação reúne diversas atividades executadas pelo projeto, desde o planejamento em meados de 2006 até o encerramento em 2013.
A gestão do ecoturismo dentro das Unidades de Conservação requer cuidados criteriosos sobre a preservação do meio ambiente e atividades socioeconômicas que promova o crescimento sustentável da população do entorno. Em vista disso, investimentos em estruturação dos parques, qualificação do pessoal envolvido com a cadeia produtiva do turismo e fortalecimento institucional das entidades e profissionais que atuam com o uso público foram diretrizes que nortearam as ações deste projeto.
Os textos têm a intenção de servir de inspiração a novas ações para o fomento da visitação e conscientização pública sobre a importância da conservação do meio ambiente, estimulando alternativas econômicas sustentáveis para o desenvolvimento social das comunidades do entorno dos parques.
Baixe o livro gratuitamente aqui.

Subprocuradora-geral da República critica trechos da LC 140/2011 sobre licenciamento ambiental


Sandra Cureau representou o MPF em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quinta-feira, 24 de outubro
Subprocuradora-geral da República critica trechos da LC 140/2011 sobre licenciamento ambiental
Foto: João Américo, Secom/MPF
A subprocuradora-geral da República e membro da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão (meio ambiente e patrimônio cultural) do Ministério Público Federal (MPF) Sandra Cureau criticou, na manhã desta quinta-feira, 24 de outubro, pontos da Lei Complementar 140 que regulamentam o licenciamento ambiental – a LC fixa normas para a cooperação entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios na proteção do meio ambiente. Sandra representou o MPF em audiência pública promovida pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados para tratar sobre o Sistema Nacional de Meio Ambiente e os instrumentos daPolítica Nacional de Meio Ambiente, em comemoração aos 32 anos da criação dessa política.

Segundo a subprocuradora-geral, até a publicação da LC 140, em dezembro de 2011, os procedimentos e critérios utilizados no licenciamento ambiental eram definidos pela Resolução 237/1997 do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), entre eles localização, domínio, natureza da atividade e impacto. A partir da lei complementar, por exemplo, o critério de impacto direto do empreendimento como base da definição do órgão competente para conduzir o licenciamento foi substituído por tipologia estabelecida pelo Poder Executivo – a partir de proposta de uma comissão tripartite nacional ou estadual ou de uma comissão bipartite municipal. “A lei complementar excluiu o fundamento no impacto direto justamente quando se buscava destacar, além dele, a importância do impacto indireto, que, muitas vezes, é bem maior do que o direto. A mudança do curso de um rio, por exemplo, traz uma serie de impactos indiretos que demoram a ser percebidos”, argumenta.

Sandra Cureau critica também a alteração do critério de localização do impacto para o de localização do empreendimento, que "desatrela a competência da União da significância do impacto". Além disso, conforme a subprocuradora-geral, a LC 140/2011 diz que compete à União licenciar empreendimentos e atividades localizados ou desenvolvidos em unidades de conservação estabelecidas pela União, e não mais de domínio da União, e que exclui as Áreas de Proteção Ambiental.

Sobre as atribuições conferidas pela lei complementar às comissões técnicas tri e bipartite, Sandra Cureau aponta dois problemas. Em primeiro lugar, "não são democráticas porque não estimulam a participação popular na discussão" sobre estratégias e diretrizes de gestão ambiental compartilhada. Além disso, criou contradição com o artigo 8º da Política Nacional do Meio Ambiente, que define como competência do Conama "estabelecer, mediante proposta do Ibama,  normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras". "Há uma antinomia difícil de se solucionar, já que a LC 140/2011 não revoga expressamente esse dispositivo. Segundo boa parte da doutrina e de decisões do Supremo Tribunal Federal, não há hierarquia entre Lei Complementar e Lei Ordinária; e, nesse caso, as duas normas são específicas", explica a subprocuradora-geral.

Sandra Cureau também vê com preocupação o processo de renovação de uma licença ambiental, definido pelo artigo 14 da LC. Depois de efetuado o pedido, a norma prevê renovação automática caso o órgão ambiental competente não emita manifestação dentro do prazo legal. Para a subprocuradora-geral, quem perde com isso é o meio ambiente: "Pode ocorrer que novas tecnologias, ou mesmo novos estudos, indiquem a não renovação".

Outro ponto questionado é o trecho que permite a substituição do órgão licenciador quando o órgão originalmente competente não o faz dentro do prazo legal. "A 'competência supletiva' mencionada na lei é de qualquer ente? É de mais de um? Qual vai prevalecer?", pergunta.

Sandra Cureau entende ainda que a LC 140/2011 "esvaziou as competências fiscalizatórias e sancionatórias do Ibama" ao limitar ao responsável pelo licenciamento ou pela autorização a responsabilidade de lavrar auto de infração  e  instaurar processo administrativo. Em muitos casos, embora não seja o responsável, é o Ibama quem identifica a irregularidade.

Por fim, em uma análise mais geral da confecção e da efetiva aplicação da legislação ambiental, a subprocuradora-geral alerta para possíveis mudanças irreversíveis às gerações futuras em nome do desenvolvimento econômico: “Temos de levar em conta o direito do ser humano a um meio ambiente saudável”.

Mesa - Também participaram da audiência os deputados federais Penna (PV-SP) e Fernando Ferro (PR-PE); o presidente do Ibama e representante do Ministério do Meio Ambiente, Volney Zanardy Júnior; o presidente da Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente, Hélio Gurgel; e a presidente da Associação Nacional dos Servidores do Ibama, Ana Maria Evaristo Cruz.


Secretaria de Comunicação
Procuradoria Geral da República
Tel: (61) 3105-6404/6408

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Mesmo com R$ 144 milhões em caixa, unidades de conservação do Estado sofrem com abandono

Com algum atraso, reproduzo abaixo a série de reportagens publicadas ontem no Estadão, sobre a situação da gestão ambiental no Estado de São Paulo.
FOTO: Tiago Queiroz/Estadão – Alojamento cujo telhado desmoronou na Ilha do Cardoso.
Herton Escobar, Giovana Girardi e Bruno Deiro / O Estado de S. Paulo
Quem chega ao Parque Estadual da Ilha do Cardoso, no extremo sul do litoral paulista, esperando se encantar com a natureza pode se chocar com o grau de degradação que vem atingindo o local nos últimos anos. No núcleo Perequê, principal ponto turístico do parque, a aparência é de uma cidade fantasma.
Alojamentos com o telhado caído, placas solares enferrujadas, passarelas parcialmente interditadas por risco de desmoronamento e um museu vazio são o que resta de uma obra de R$ 8 milhões que nunca foi sequer aceita pelo poder público, tamanha a quantidade de problemas. Há pilhas de entulho jogadas ao lado de uma trilha turística, e as duas embarcações do parque que poderiam fazer a remoção do lixo estão quebradas – uma delas, afundada pela metade em Cananeia, onde fica a sede da unidade.
Os problemas, observados pelo Estado, são talvez o mais grave exemplo de uma situação de penúria denunciada amplamente por pesquisadores e ambientalistas, de dentro e de fora do governo estadual, que acomete um grande número das unidades de conservação (UCs) paulistas, que carecem de condições mínimas de infraestrutura e recursos humanos para funcionar adequadamente.
Isso, apesar de a Secretaria do Meio Ambiente (SMA) do Estado de São Paulo ter pelo menos R$ 144 milhões disponíveis em caixa para investimento nas UCs, oriundos do pagamento de compensações ambientais por empreendimentos, segundo dados obtidos pela reportagem por meio da Lei de Acesso à Informação. Somado a isso, o orçamento atual da Secretaria do Meio Ambiente (SMA), de R$ 882 milhões, é o segundo maior dos últimos cinco anos, depois de ter sofrido uma queda significativa em 2011.
Pouco dessa saúde financeira recuperada, porém, tem sido repassada para os parques e reservas ecológicas do Estado, que agonizam com uma série de problemas crônicos e agudos.
O parque da Ilha do Cardoso, inserido numa das regiões mais bem preservadas de Mata Atlântica do País, na divisa de São Paulo como o Paraná, costumava ser um dos parques mais visitados do Estado. Escolas precisavam agendar visitas com semanas de antecedência para conseguir uma vaga. Agora, são poucos os estudantes – e até mesmo pesquisadores – que se aventuram por lá.
A antiga pousada, onde os alunos ficavam hospedados, teve parte de uma das marquises destruída por um vendaval em outubro. Uma vistoria técnica depois constatou que a laje apresentava sinais de corrosão. Outras oito casas que serviriam para hospedar visitantes também estão fechadas.
“Não é um hotel cinco estrelas, mas dá para receber bem as pessoas, sim. Estive lá no início do ano”, disse o secretário Bruno Covas, em entrevista ao Estado na semana passada. Informado pela reportagem de que as estruturas estavam abandonadas e com problemas estruturais, porém, demonstrou surpresa e cobrou explicações do diretor da Fundação Florestal, Olavo Reino Francisco, sentado ao seu lado.
Francisco disse que “a fundação ainda não recebeu a obra” e que a empresa responsável, a Lacon Engenharia, contratada em 2009, já foi autuada por irregularidades. “Tem uma série de problemas ali”, disse.
“A empresa contratada já foi notificada, realizou vistoria, concordou com as obras necessárias e deu prazo para a secretaria de até 60 dias para sanar todas as questões técnicas levantadas”, informou a secretaria, por escrito, após a entrevista. “Cabe assinalar que a secretaria não efetuou o pagamento do caução, e que apenas o fará mediante a entrega final da obra. Após a conclusão, o parque será imediatamente aberto para a população.”
Apesar desses problemas na Ilha do Cardoso, a mesma empresa foi contratada pela SMA em 2012, via edital, para construir uma pousada no Parque Estadual Intervales, por R$ 3,5 milhões. E, novamente, houve problemas. Segundo o diretor da FF, o projeto está “num limbo”. “Os mesmos problemas que ocorreram lá (na Ilha do Cardoso) ocorreram cá (em Intervales)”, disse Francisco. “Também a secretaria não recebe nem paga. Você contrata a empresa, entende que ela é séria, dá o projeto, e ela não executa, mas no fim quer entregar e cobrar. É uma pena.”
Mais tarde, por escrito, a secretaria informou que “a Fundação Florestal está fazendo a última vistoria para o recebimento da obra que deverá ser entregue para a população nos próximos dois meses, quando também o parque será aberto”.
Cabos de aço. Na Ilha do Cardoso, próximo aos alojamentos, um mirante de madeira com vista privilegiada do Rio Perequê, que deveria ser uma das principais atrações após a reforma, precisou ser interditado por falta de segurança, assim como parte da passarela suspensa sobre o manguezal. Ambas as estruturas tiveram de receber o reforço de cabos de aço, improvisado por funcionários, para evitar que um novo vendaval causasse mais estragos.
A infraestrutura é tão precária que até pesquisadores, acostumados a trabalhar no mato, estão evitando o parque. As casas nas quais eles ficavam hospedados foram “reformadas” para atender turistas, e a única opção oferecida pelo Estado agora é uma casa antiga de dois quartos, com problemas de eletricidade, que tem de ser disputada por pesquisadores da USP, Unicamp, Unesp e outras universidades. A solução, para muitos, é pagar para dormir em casas de pescadores.
“Pensamos até em buscar outros locais de pesquisa, mas a ilha é muito importante para a gente que estuda bromélias, pois há uma grande quantidade de espécies por lá. Tentamos reclamar formalmente, mas disseram que não tem o que fazer”, diz o pesquisador Gustavo Romero, do Instituto de Biologia da Unicamp.
A falta de fiscalização também causa insegurança. “Quando comecei a pesquisar no parque, dez anos atrás, podia ir pela encosta sozinha. Nos últimos tempos, é cada vez maior a presença de palmiteiros”, diz a pesquisadora Claudia Bottcher, também da Unicamp. “Costumava ir mensalmente, mas com estas dificuldades agora estou indo apenas uma ou duas vezes por semestre.”
“A ilha parece abandonada. Ninguém quer mais ir para lá”, diz a bióloga Luana Hortenci, da Unesp Rio Claro, que teve um equipamento fotográfico de pesquisa furtado no interior do parque em 2011. O mesmo ocorreu com uma colega dela, este ano. “Os vestígios da ação de caçadores e palmiteiros estão por toda parte”, diz.
Cenários semelhantes de abandono estão presentes em outras unidades de conservação, segundo fontes ouvidas pelo Estado – a maioria das quais só aceitou falar em condição de anonimato, por medo de represálias.
Dados oficiais levantados pela reportagem mostram que os investimentos da Secretaria do Meio Ambiente e da Fundação Florestal caíram nos últimos anos, apesar da recuperação do orçamento. Segundo Bruno Covas, os investimentos diminuíram por causa do término de convênios com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Entre eles, o Projeto de Desenvolvimento do Ecoturismo na Região da Mata Atlântica, de US$ 9 milhões, que pagou pelas obras na Ilha do Cardoso e Intervales.
Apesar dos problemas apontados, o número total de visitantes recebidos no seis parques beneficiados pelo projeto (Carlos Botelho, Ilha do Cardoso, Intervales, Caverna do Diabo e Turístico do Alto Ribeira e Ilhabela) aumentou nos últimos seis anos, passando de 142 mil em 2007 para quase 199 mil, em 2012, segundo dados da Fundação Florestal.
O outro grande convênio da SMA com o BID, do projeto de Recuperação Socioambiental da Serra do Mar e Sistema de Mosaicos da Mata Atlântica, de US$ 162,4 milhões, termina em 2015.

Redução da vigilância deixa unidades de conservação de SP vulneráveis

Falta de guardas para patrulhar trilhas e combater palmiteiros e caçadores é um dos principais problemas, segundo funcionários


A falta de vigilância é um dos fatores que mais ameaça as unidades de conservação do Estado de São Paulo. A Fundação Florestal tem 93 guarda-parques para cuidar de 45 mil quilômetros quadrados de áreas protegidas – média de 0,002 guarda-parque por km², ou 1 guarda para cada 484 km², incluindo áreas terrestres e marinhas. Para reforçar esse expediente, desde 2005, a Secretaria do Meio Ambiente (SMA) passou a contratar vigilantes terceirizados, que se tornaram os principais responsáveis por patrulhar as trilhas e combater a ação de palmiteiros, caçadores e outros criminosos no interior das unidades.
Nos últimos dois anos, porém, o número de vigilantes foi significativamente reduzido. No núcleo São Sebastião do Parque Estadual da Serra do Mar, por exemplo, o número de vigilantes caiu de 12 para 3 neste ano. A unidade chegou a ficar sem ninguém entre outubro e dezembro de 2012, segundo informações de ex-funcionários.
A falta de vigilância fica evidente também no núcleo vizinho, Caraguatatuba, que é atravessado por 70 km de estradas de terra, sem qualquer tipo de monitoramento. Uma delas, a do Rio Pardo, liga Caraguatatuba a Salesópolis e dá acesso a uma estação de bombeamento e várias linhas de transmissão de óleo da Petrobrás. Conectada a ela está a Estrada do Limeira, que liga Caraguatatuba a São Sebastião pelo topo da Serra do Mar. Apesar disso, não há nenhuma guarita ou posto de fiscalização ao longo do trajeto; qualquer pessoa pode entrar e sair facilmente sem ser incomodada – como fez a reportagem do Estado no início deste mês (mais informações abaixo).
Não deveria ser assim. Em janeiro de 2011, a SMA assinou um convênio de R$ 25,8 milhões com a Petrobrás, com o objetivo específico de criar infraestrutura de segurança, pesquisa e turismo para as duas estradas. Foi o primeiro ato oficial de Bruno Covas como secretário. O acordo era de que a Petrobrás entraria com o dinheiro e a Fundação Florestal (FF), com a execução.
Segundo nota divulgada pela secretaria na época, o projeto previa a “implantação e operação da estrada-parque Rio Pardo e Limeira com a instalação de duas bases de proteção, dois portais com guarita lateral, uma base de apoio ao uso público e pesquisa, um alojamento, um refeitório, sinalização e pequenas obras de apoio ao uso público”. Passados dois anos e meio, praticamente nada foi feito.
“Esse projeto foi aplicado, mas depois pedi para interromper, porque ele tomava conta apenas dos dutos (da Petrobrás) e não do parque como um todo”, justificou o diretor da Fundação Florestal (FF), Olavo Reino Francisco. “O projeto foi totalmente alterado, inclusive com uma nova disposição referente ao novo sistema de monitoramento e vigilância.” O novo plano, segundo ele, deverá ficar pronto em 20 dias. “A Petrobrás vai tomar conhecimento e vamos mudar”, disse.
As mudanças, segundo Francisco, encaixam-se num novo modelo de monitoramento e fiscalização adotado pela secretaria, baseado em imagens de satélite e integração com a Polícia Militar Ambiental. “É outra estrutura, outra visão”, afirmou Francisco. “O gestor talvez sinta falta (dos vigilantes), mas isso não significa que haverá aumento da criminalidade dentro ou fora dos parques. Pelo contrário, houve uma redução muito grande.”
A secretaria não informou o número de vigilantes, solicitado pela reportagem – informou apenas o número de postos de vigilância (infraestrutura física), que foi reduzido de 250, em 2011, para 199, neste ano. “Os gestores entendem que diminuiu, nós não”, disse Francisco. Segundo ele, a empresa que era responsável pela vigilância, chamada Capital, pediu concordata em 2012. Novos contratos foram então firmados com as empresas Alphagama e Atlântico Sul, no valor total de R$ 14,1 milhões. 
“Apesar da redução dos postos, houve melhora substancial na qualidade dos serviços prestados, pois os contratos atuais contemplam equipamentos, veículos, brigadistas e mão de obra mais capacitada”, afirma a secretaria. 
Vigilantes entrevistados pela reportagem, porém, disseram que não recebem nenhum treinamento específico nem equipamentos adequados para trabalhar na mata. “Essas fardas a gente comprou com o próprio dinheiro”, disse um deles, no Parque Estadual da Serra do Mar. 
Outra história. Gestores e pesquisadores ouvidos pela reportagem também contam uma história diferente da relatada pelo diretor da Fundação Florestal. “Tem unidade que na década de 1970 tinha 30 guarda-parques e hoje não tem nenhum. Aí vem recurso de convênio, constroem guaritas, mas não tem um vigilante para por lá dentro”, relata o gerente de uma unidade.
Segundo eles, a Polícia Militar Ambiental não tem infraestrutura nem efetivo suficientes para patrulhar as unidades de forma ostensiva, percorrendo as trilhas na mata com regularidade. 
“A polícia ambiental tem um monte de outros assuntos para cuidar. Ela só entra nos parques quando há alguma denúncia específica e, mesmo assim, raramente entra nas trilhas. Não há nenhum trabalho de policiamento preventivo”, diz o gerente de uma unidade. “As unidades estão abandonadas. Entra e sai quem quiser, a hora que quiser, levando bromélia, palmito, madeira, passarinho, carne de caça, o que quiser”, diz uma outra fonte ligada à secretaria.
A comunidade científica também está preocupada. Vários pesquisadores que trabalham nas unidades de conservação tiveram projetos prejudicados e até equipamentos roubados nos últimos dois anos. “Já tivemos a experiência de deixar uma área delimitada para pesquisa e alguém entrar lá e cortar uma árvore que estava sendo estudada”, conta a ecóloga Simone Aparecida Vieira, coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (Nepam) da Unicamp e representante da comunidade científica no Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). “Se com os vigilantes já era difícil fazer a segurança, imagine sem eles”, afirma Simone. “A polícia ambiental e as imagens de satélite são importantes, mas você precisa ter alguém andando nas trilhas constantemente.”
O pesquisador Carlos Joly, professor da Unicamp e diretor do programa Biota Fapesp, diz que o novo esquema de segurança “não está funcionando” e que já levou essa preocupação diretamente às cúpulas da secretaria e da Fundação Florestal, pedindo soluções “urgentíssimas” para o problema. “Ações de caçador, de palmiteiro, não são visíveis do espaço. Satélite não faz a nossa segurança”, afirma.
Joly reclama também da constante troca de gestores e da falta de qualificação daqueles que estão sendo selecionados para os cargos. “Estão colocando pessoas com pouquíssima experiência, sem currículo na área de conservação e gestão ambiental”, diz. “Muitos têm dificuldade até para entender a necessidade dos pesquisadores.” 
“Toda semana sai gente boa e entram pessoas que não fazem nada. As unidades param. Há uma política de fiscalização estranha. Contrata posto para 2, mas só fica uma pessoa trabalhando. Todo mês pagamos por 10, mas só tem de fato cinco”, conta o gestor de uma unidade. “E perdemos também postos de vigilância patrimonial. Eles (os vigilantes) não atuavam como guarda-parques, mas reforçavam a fiscalização, ocupavam espaço, o que acabava inibindo ações ilegais. O resultado disso tudo é um aumento no desmatamento, na caça, na retirada de palmito.”
*
RELATO DO CAMPO. A reportagem do Estado percorreu, no início deste mês, mais de 50 km por dentro dos núcleos São Sebastião e Caraguatatuba do Parque Estadual da Serra do Mar, utilizando as estradas de terra do Rio Pardo e do Limeira, sem passar por qualquer posto de monitoramento ou fiscalização. O único fator que dificulta o acesso é a condição precária das estradas em alguns pontos, pelos quais só é possível passar com moto ou veículo 4x4. 
No início da Estrada do Rio Pardo a reportagem até cruzou, por acaso, com um carro de vigilância – que era de outra unidade e estava ali só de passagem. Nem o veículo nem os três vigilantes que estavam dentro dele tinham qualquer identificação como agentes de segurança, nem do Estado nem de qualquer empresa privada. Eles contaram à reportagem que têm de comprar as fardas verdes com dinheiro do próprio bolso, trazer a própria comida, e não recebem qualquer treinamento específico para trabalhar na mata, nem com vigilância nem com salvamento. Também não possuem equipamentos de segurança nem de comunicação, além de seus telefones celulares particulares – que são inúteis dentro da mata. 
Teoricamente, eles poderiam portar armas durante a patrulha; mas, na prática, andam desarmados, porque a sede do núcleo ao qual eles pertencem fica fora do parque, a quase 100 km da estrada que eles precisam patrulhar, e eles não têm autorização para portar armas fora da unidade. Ou seja, eles podem portar armas na sede e dentro do parque, mas não no percurso entre um lugar e outro.
“O que a gente faz, quando encontra um palmiteiro, é convidá-lo a nos acompanhar até a delegacia”, conta um dos vigilantes. “Não temos autoridade para prender ninguém, então a gente blefa e torce para o cara cooperar.” As patrulhas são feitas só três vezes por semana, segundo eles, porque há um limite de R$ 620 por mês para gasolina. Mais do que isso, e teriam de abastecer o carro com dinheiro do próprio bolso também.

Caiçaras da Reserva da Juatinga (RJ) temem perder suas casas





A tradicional canoa caiçara, esculpida em um único tronco de árvore, corre o risco de desaparecer. Utilizada para a pesca por gerações em Paraty, no sul fluminense, a canoa não poderá mais ser feita se os caiçaras forem proibidos de coletar os troncos na Reserva Ecológica da Juatinga. A questão entrou em pauta por meio de uma consulta pública sobre a transformação da reserva em parque estadual, a chamada recategorização, no município.
A proposta de mudança faz parte do esforço da Secretaria Estadual do Ambiente para se adequar à lei federal que criou o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). O modelo não prevê a categoria “reserva ecológica” e sugere 12 modalidades. Entre elas, além do parque, está a reserva de desenvolvimento sustentável (RDS), que tem a preferência de comunidades caiçaras na Mata Atlântica de Paraty.
Um dos últimos mestres canoeiros e vice-presidente da Associação de Moradores do Pouso da Cajaíba, comunidade da região, Francisco Sobrinho, diz que com a mudança fazer canoas não será a única coisa que se tornará mais difícil. Segundo ele, a modalidade inviabilizará a sobrevivência do grupo.
“Se já é difícil com a [lei ambiental] de reserva ecológica, que dificulta a reforma de nossas casas, será ilegal fazer roça, pescar, pegar uma casca [de árvores] para remédio, cipó para artesanato, tirar madeira para a canoa, remo ou passar pelas trilhas de séculos que dão acesso às nossas comunidades [acessíveis somente por barco]”, explicou.

Foto: Miguel Rangel/Wikimapia 
Na proposta do estado algumas áreas serão transformadas em parque e outras em RDS. Porém, nenhuma das duas categorias resolverá de uma vez os problemas locais, na avaliação da geógrafa pela Universidade de São Paulo Lúcia Cavalieri, que estuda o tema na região há 20 anos.
“O parque vai expulsá-los de lá. Já a RDS permitirá um mosaico de propriedades públicas e privadas, beneficiando grileiros que também têm como prática expulsar os caiçaras para a construção de condomínio de luxos ou hotéis”, alerta a pesquisadora. “É a solução mais fácil, mas não resolve”, completou.
Para ela, poderia ser estudada a criação de reserva extrativista, inventada pelo ambientalista Chico Mendes. “O Brasil já colocou esta reserva como modelo para a preservação da Amazônia. Por que não para a Mata Atlântica?”. No projeto atual, ela alerta que as comunidades ficarão confinadas na área costeira.
O diretor de Biodiversidade de Áreas Protegidas da secretaria, André Ilha, defende a recategorização de uma parte em parque e outra em RDS. Ele assegura que não haverá remoção de núcleos familiares como os da Praia do Sono e do Pouso, e que o parque não será contíguo. “Dá para fazer sem abrir mão da preservação da floresta no longo prazo e sem prejudicar o desenvolvimento das comunidades”.
Depois de definir o modelo que substituirá a Reserva da Juatinga, a proposta deve ser aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio. Enquanto a decisão não é tomada, as comunidades caiçaras fazem campanha para que o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) declare a canoa caiçara um patrimônio imaterial. O órgão já julgou o pedido pertinente.
Isabela Vieira - Agência Brasil

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Quantidade de áreas verdes por habitante na cidade de São Paulo


Compartilhando e ajudando a divulgar esse infográfico do jornal O Estado de São Paulo publicado em agosto de 2013 que traz um interessante “raio – X” da situação do verde na metrópole paulistana, lembrando que segundo a ONU o ideal são 12 m² de áreas verdes por habitante. Percebam que chegamos a limites como 0,35 m² na Mooca.
Fonte – Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente.
quantidade de áreas verdes por habitantes na cidade de São Paulo
Essa tabela de m² de áreas verdes públicas por habitante nas Subprefeituras mostra bem claro um problema – a escassez de áreas verdes na malha urbana, onde realmente os serviços ambientais fazem diferença direta à comunidade.
O município de São Paulo tem muito verde no Norte (Serra da Cantareira) e no Sul (Serra do Mar) e essas áreas, embora sejam muito importantes ambientalmente, não devem ser computadas na média de área verde por habitante na metrópole, que hoje é de 2,6 m² na malha urbana, por não estarem dentro do cotidiano de vida da população paulistana. Abaixo o documento completo da Prefeitura:

Preservação de nascentes é solução para conservar o Pantanal



por Redação do WWF Brasil
Para avaliar o conhecimento dos brasileiros sobre o Pantanal, o WWF-Brasil e o HSBC solicitaram ao Ibope uma pesquisa inédita sobre a região. Realizada em duas etapas, nacional e regional, o levantamento tem por objetivo orientar as iniciativas locais da ONG e de seus parceiros. Na pesquisa regional, a maioria dos entrevistados apontou a preservação das nascentes e a união de esforços são as soluções para combater os problemas do Pantanal.
O estudo nacional ouviu 2.002 pessoas em 26 estados brasileiros. Já a pesquisa regional, 504 moradores de municípios do Mato Grosso, onde grande parte das nascentes do Pantanal está localizada.
Os dados coletados na pesquisa nacional evidenciam que a população já ouviu falar do Pantanal (93%), embora desconheça suas características naturais e localização, já que 66% das pessoas – dois em cada três – não sabem apontar em qual região do Brasil o bioma se encontra.
Os problemas ambientais do Pantanal, identificados no estudo “Análise de risco ecológico da Bacia do Paraguai” publicado pelo WWF-Brasil e parceiros em 2012, são reconhecidos pela população, que aponta a degradação de nascentes (49%) e o assoreamento (47%) entre as principais causas na pesquisa regional. Porém, fica claro que os habitantes do Pantanal não tem a real dimensão do tamanho do problema: 40% dos que responderam a pesquisa não sabem que o Pantanal é uma área de risco ambiental. No entanto, os entrevistados consideram o desmatamento (73%) como a principal causa.
quadro1 regional ibope pantanal2013 Preservação de nascentes é solução para conservar o Pantanal
Gráficos: Pesquisa regional. Fonte: Ibope/WWF-Brasil

Já o entendimento sobre os rios da região é difuso: o número de pessoas que acreditam que as nascentes do Pantanal vêm do Cerrado é de apenas 39% – ainda assim mais que o dobro dos 18% revelados na pesquisa nacional. Por outro lado, 65% dos entrevistados afirmam, corretamente, que o Pantanal é a maior fonte de água doce do mundo.
quadro2 regional ibope pantanal2013 Preservação de nascentes é solução para conservar o Pantanal
Uma informação importante revelada pela pesquisa é que há espaço e necessidade para ações de educação ambiental, com o foco na valorização desse patrimônio natural pelas pessoas que ali vivem. Mais da metade dos entrevistados (57%) nunca visitou o Pantanal, apesar de viver próximo às nascentes. Aqueles que viajam ao Pantanal não têm como interesse principal saber mais sobre preservação, mas sim praticar atividades de lazer, como a pesca esportiva (78%).
Desenvolvimento sustentável é desafio
A pesquisa regional apontou ainda que 55% dos entrevistados perceberam uma melhora na qualidade de vida associada às condições financeiras das famílias e acesso a bens de consumo industrializados.
Por outro lado, houve uma percepção clara dos prejuízos causados ao meio ambiente devido ao desenvolvimento econômico: 51% da população regional indicou que piorou a condição dos rios, nascentes e córregos; e 63% apontou redução da quantidade de peixes.
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A união faz a força
Na opinião de 92% dos entrevistados, a melhor forma de garantir a preservação do bioma é a união de esforços de governos, empresas e sociedade civil. A pesquisa aponta que 93% das pessoas acham importante a construção de um Pacto em defesa das cabeceiras do Pantanal. “Para isso, é preciso que a população tenha conhecimento das iniciativas em andamento. A união de esforços entre governos, empresas e sociedade é a forma mais adequada de preservação do Pantanal, na opinião de 76% dos entrevistados. Esse é justamente o conceito do Pacto pelas Cabeceiras”, destaca Glauco Kimura de Freitas, coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil.
No entanto, as iniciativas existentes para a conservação do Pantanal são desconhecidas pela maioria da população. No total de entrevistados, 88% nunca ouviu falar da politica estadual de recursos hídricos; e 82% deles desconhecem totalmente os comitês de bacia na região.
“É preciso uma ampla divulgação dessas instituições, bem como seu papel na preservação das nascentes e águas”, reforça Glauco Kimura de Freitas. “Essa agenda é estratégica e deve ser priorizada; caso contrário, as pessoas não irão se engajar e se mobilizar em prol de ações de conservação”, finaliza.
quadro4 regional ibope pantanal2013 Preservação de nascentes é solução para conservar o Pantanal* Publicado originalmente no site WWF Brasil.
(WWF Brasil) 
Fonte: http://envolverde.com.br/noticias/preservacao-nascentes-solucao-conservar-pantanal/

Pantanal, um ilustre desconhecido do brasileiro


pantanal37% dos entrevistados confundiram a vegetação pantaneira com a amazônica. Foto: Marcelo Mendes de Oliveira/Flickr.
As paisagens descritas por Benedito Ruy Barbosa, traduzidas por Jayme Monjardim e veiculadas pela finada Rede Manchete de Televisão trouxeram o Pantanal para dentro das casas dos brasileiros. A novela foi um sucesso, porém, 2 décadas depois, o brasileiro sabe pouco sobre o bioma.  Foi o que constatou uma pesquisa do Ibope divulgada hoje (24). Apesar de demostrar preocupação com a conservação do Pantanal, 66% dos entrevistados não souberam identificar em qual região do país ele está localizado.
A pedido do WWF-Brasil, o Ibope ouviu 2.002 pessoas de 26 estados no mês de junho para descobrir a opinião do brasileiro sobre o Pantanal. O objetivo da pesquisa -- que tem o apoio do HSBC -- é orientar as políticas implementadas pela ONG e parceiros na região. Na opinião de 92% dos entrevistados, a melhor forma de garantir a preservação do bioma é a união de esforços de governos, empresas e sociedade civil.
A grande maioria dos entrevistados (93%) considera importante a construção de um pacto em defesa das cabeceiras do Pantanal. “Quando considerada a disposição de apoiar ações de conservação do Pantanal, mais de 80% da população é simpática à causa. Para os brasileiros, está claro que o esforço conjunto é a melhor alternativa para preservação do Pantanal”, afirma Glauco Kimura de Freitas, coordenador do Programa Água para a Vida do WWF-Brasil.
A pesquisa constatou que 93% dos entrevistados já ouviram falar da paisagem natural do bioma. Porém, 92% dos entrevistados nunca o visitaram e apenas metade da população sabe descrever a paisagem pantaneira, considerada pela UNESCO como Patrimônio Natural Mundial e Reserva da Biosfera.
Confusão entre Amazônia e Pantanal
A vegetação pantaneira é conhecida por ser um mosaico de ecossistemas com muita água: é a maior planície de inundação contínua do planeta. Mesmo assim, 37% dos entrevistados descrevem o Pantanal como floresta fechada, característica da Floresta Amazônica.
Além do desconhecimento sobre o tipo de vegetação, apenas 18% souberam indicar que os rios que cortam o Pantanal nascem na região do Cerrado.
Pesquisa regional
Além da pesquisa nacional, foram ouvidos 504 moradores de municípios do Mato Grosso, onde grande parte das nascentes do Pantanal está localizada. O objetivo era traçar o conhecimento do morador sobre o bioma em que está inserido.
Os entrevistados elegeram a degradação de nascentes (49%) e o assoreamento (47%) entre as principais causas de problemas ambientais do Pantanal. O desmatamento foi apontado por 73% dos entrevistados como principal causa. Todavia, 40% dos entrevistados regionais não sabe que o Pantanal é uma área sob risco de degradação ambiental.
Apesar de viverem próximos às nascentes dos rios que formam o Pantanal, mais da metade (57%) dos entrevistados nunca visitou o Pantanal. Daqueles que visitam, 78% vão para praticar pesca esportiva.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Projeto Baleia Jubarte registra 46 encalhes de jubartes até o momento



A Bahia segue na liderança com 27 das ocorrências, seguida pelo Espírito Santo, com 11. Rio de Janeiro e Sergipe contabilizam dois encalhes cada. Rio Grande do Norte, Ceará, Alagoas e Paraíba, um encalhe. Do total de ocorrências, 17 encalhes aconteceram com filhotes de baleias jubarte e nove animais encalharam com vida – dois jovens e sete filhotes.

A médica veterinária Adriana Colosio lembra que dois filhotes e um animal juvenil foram entregues ao mar com vida. “Cinco morreram antes do atendimento da equipe de Resgate chegar ao local e teve também uma baleia juvenil que morreu depois de dois dias encalhada”, conta.
Do total de 46 baleias jubarte encalhadas, o Projeto Baleia Jubarte, que conta com o Patrocínio da Petrobras, participou do atendimento de 30 delas.

Adriana reforça ainda a importância da participação dos órgãos públicos locais na destinação das carcaças: “Temos um grande problema quando o animal encalha em área habitada. Quem sofre as consequências da negligência dos gestores públicos é a população que reside no local. Além do odor forte em virtude da decomposição, existem riscos de saúde pública pelo contato com a carcaça. É preciso essa parceria para que o trabalho seja concluído”, afirma.

Abaixo contatos da equipe do Programa de Resgate do Projeto Baleia Jubarte, que além de baleias atende também lobos marinhos botos e golfinhos. (ligações a cobrar são aceitas):
Praia do Forte: 71-3676-1463 e 71-8154-2131 ou
Caravelas: 73-3297-1340 e 73-8802-1874.


Fonte - Facebook - Projeto Baleia Jubarte - https://www.facebook.com/photo.php?fbid=571657829554535&set=a.189718887748433.56322.188300801223575&type=1&theater