Mesmo a pressão popular e o agitado Movimento Seringueira Livre no Facebook e embaixo da árvore não foram suficientes para sensibilizar os construtores do Metrô a não cortar a enorme falsa-seringueira (Ficus elastica – Moraceae, espécie originária da Ásia) que vivia há pelo menos seis décadas no canteiro central da Avenida Santo Amaro perto do cruzamento com a Avenida Roberto Marinho (antigo córrego das Águas Espraiadas).
O corte de uma árvore desse porte em uma cidade com pouca e mal distribuída vegetação como São Paulo não se justifica. Somente se o exemplar tivesse sérios problemas de saúde ou desequilíbrio – o que não era definitivamente o caso. Alegar que não era uma espécie nativa também é absurdo, se lembrarmos que cerca de 80% das árvores urbanas paulistanas adultas também não são. E a moda de plantio da espécie acabou na década de 1980, sendo raríssimo ver novas mudas na malha urbana.
Isso lembra a polêmica causada pelas obras do Metrô no final dos anos 1970 na construção da linha Leste-Oeste, na Praça da República, Centro. O Metrô queria derrubar o centenário Colégio Caetano de Campos, uma construção belíssima e hoje tombada. Depois de muita pressão popular o Metrô desistiu, e essa desistência não inviabilizou de modo algum a linha.
No Rio de Janeiro a mesma pressão não funcionou, e o também belíssimo Palácio Monroe foi demolido na Avenida Central. Em pleno século XXI tais dilapidações públicas, sejam edifícios históricos ou árvores significativas não podem ser mais aceitas.
Para conhecer mais sobre a espécie derrubada:
Ricardo Cardim
Nenhum comentário:
Postar um comentário