sexta-feira, 3 de maio de 2013

Grandes obras de infraestrutura põem em risco a Amazônia




O Painel Internacional sobre Meio Ambiente e Energia na Amazônia, reunido na Colômbia, publicou no dia 17 de abril a Declaração de Bogotá, onde alerta sobre as ameaças à Amazônia pelas predominantes estratégias de desenvolvimento regional, lideradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) do Brasil e pela União das Nações Sul-Americanas (Unasul).

Ambas as instituições promovem e financiam empreendimentos na região, como hidrelétricas, mineração, exploração de hidrocarbonetos e a realização de grandes obras de infraestrutura.

Como já tinha feito na Declaração de Lima em 2012, o Painel reafirmou seu pedido de moratória aos empreendimentos produtivos e extrativos, como os citados acima, que “têm destruído e deteriorado os ecossistemas amazônicos na história recente”, afirma a Declaração de Bogotá.

A declaração se focou nos megaprojetos na Amazônia, demandando que os verdadeiros impactos sejam levados em conta nas decisões, evitando a prática atual de subestimar impactos e superestimar benefícios, especialmente no setor hidrelétrico. “É necessário mudar este modelo, com decisões tomadas de forma democrática e aberta, respeitando os direitos das minorias e a natureza”, diz o pronunciamento.

A declaração do Painel apresentou considerações sobre a sustentabilidade amazônica, referentes aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e às atividades de exploração e aproveitamento de recursos que afetam negativamente a região. Sobre o Objetivo Desmatamento Zero, a perda dos bosques amazônicos é uma ameaça à região e ao mundo, portanto a organização assegura que não se pode pensar em sustentabilidade da Amazônia se não for contido o desmatamento da floresta.

Sobre o Objetivo Energia Sustentável, a declaração diz que “é impossível pensar na sustentabilidade da energia sem considerar que existem limites em sua produção e uso”. O Painel vê como necessidade prioritária o abastecimento energético das populações amazônicas, que devem se satisfazer “a partir de fontes locais de baixo ou nulo impacto ambiental”.

O grupo considera que o modo de vida dos povos indígenas está intimamente ligado à sustentabilidade amazônica, sendo os territórios indígenas parte da solução para os problemas da região. 
 

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