“Nós não vamos autorizar a passagem pelo rio. O estudo inicial indicava tratar-se de uma pequena dragagem que não ia afetar muito o ecossistema da região, mas depois se viu que o projeto era muito maior - e realmente os reflexos poderiam trazer maiores implicações para o meio ambiente. Como a gente tinha licenciado o Porto de São Gonçalo e a estrada ligando o porto ao Comperj, achamos que os custos ambiental, social e político não compensavam”, disse Minc à Agência Brasil.
A briga pelo uso do rio é uma novela antiga: Como o rio Guaxindiba fica dentro dos limites da unidade de conservação APA de Guapimirim, a Petrobras queria usá-lo para a navegação de embarcações de transporte de equipamentos pesados.
A licença para a construção do Complexo Petroquímico não permite que a Petrobras use as estradas convencionais para transportar equipamentos pesados vindos do Porto do Rio que precisam chegar até o Comperj. Do Rio, os equipamentos seguirão até o porto que está sendo construído em São Gonçalo e de lá para o Comperj, que fica em Itaboraí.
A única saída era construir uma estrada que ligasse o porto de São Gonçalo à cidade vizinha. Em vez disso, a Petrobras pensou em outra alternativa. Entrou com um pedido na Secretaria Estadual do Ambiente para transportar os equipamentos através do rio Guaxindiba , alegando que essa era a única saída para cumprir os prazos das obras do Comperj.
Acontece que para usar a rota do rio Guaxindiba, seria necessário uma obra de dragagem que afetaria os manguezais da região e o ecossistema ainda preservado.
As sucessivas negativas de Breno Herrera, chefe da APA de Guapimirim, de apoiar a Petrobras a utilizar o rio quase lhe custaram o cargo. Em abril do ano passado, um boato envolvendo a sua exoneração provocou um protesto de ambientalistas em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio foi feito. Aparentemente, deu certo. O governo negou que pretendia demiti-lo.
Agora, com a decisão da Secretaria Estadual do Ambiente, a Petrobras deverá levar à frente a construção da estrada, que, segundo nota da empresa, deve ficar pronta em 2014.
Fonte: http://www.oeco.com.br/salada-verde/26841-petrobras-nao-podera-usar-rio-guaxindiba-para-transporte
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